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AGRONEGÓCIOS

Redução no prazo de custeio reacende debate sobre segurança financeira no campo

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O governo federal detalhou, nesta quinta-feira (03.07), os ajustes operacionais com foco na compatibilização do programa com o orçamento disponível, gerando apreensão entre representantes do setor agropecuário: a redução no prazo de reembolso dos contratos de custeio. A medida, válida para todas as faixas de produtores, inclusive beneficiários do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), diminui o prazo padrão de pagamento de 12 para 11 meses.

A justificativa oficial é técnica: adequar o ciclo do crédito à realidade das atividades agropecuárias, que, segundo o governo, já operam com prazos médios inferiores a um ano. Além disso, a redução permite maior eficiência orçamentária na equalização dos juros subsidiados, pois o Tesouro considera o prazo máximo do contrato para calcular o subsídio. Com menos tempo entre liberação e retorno do crédito, o mesmo recurso pode financiar mais de uma operação no mesmo ano agrícola.

Contudo, o encurtamento do prazo tem sido interpretado com cautela por agentes do setor. Isso porque, mesmo que parte significativa das atividades tenha ciclos mais curtos, o novo limite reduz a margem de segurança em situações atípicas, como intempéries climáticas, atrasos na colheita ou variações de mercado. A medida também compromete a flexibilidade na gestão financeira das propriedades, especialmente entre pequenos e médios produtores que dependem de um planejamento mais estendido.

Especialistas do setor apontam que o prazo anterior já era considerado enxuto para culturas de maior complexidade logística ou em regiões com menor infraestrutura. A redução, embora aparentemente modesta, representa um recuo relevante no limite operacional de crédito rural, sobretudo em um contexto de juros elevados, margens estreitas e aumento nos custos de produção.

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Do ponto de vista fiscal, a medida busca ajustar o Plano Safra ao orçamento público de 2025. Somente para o crédito da agricultura familiar, a equalização dos juros deve consumir R$ 9,5 bilhões. A economia gerada com o encurtamento de prazo possibilita ampliar o alcance das operações sem extrapolar o teto previsto. Outro aspecto operacional considerado foi a possibilidade de escalonar a liberação dos recursos: 70% no primeiro semestre da safra e 30% no segundo, seguindo a tendência de contratação observada nos últimos ciclos.

Formação de estoques públicos de arroz

Outra medida anunciada no contexto do Plano Safra foi a aquisição de 100 mil toneladas adicionais de arroz, com o objetivo de recompor os estoques públicos e sustentar o mercado em momento de excedente. A decisão visa reduzir a pressão sobre os preços recebidos pelos produtores, especialmente no Rio Grande do Sul, estado responsável por cerca de 70% da produção nacional.

A operação será realizada com recursos já previstos na Lei Orçamentária e poderá usar diferentes mecanismos de compra, a depender do comportamento de preços — como as Aquisições do Governo Federal (AGF), caso o produto atinja o valor mínimo estabelecido. A nova compra se somará a outras 91 mil toneladas já contratadas no fim de 2024, fortalecendo o papel do Estado na regulação de mercado e segurança alimentar.

A expectativa é que, com medidas de equilíbrio entre oferta e demanda e ajustes no crédito rural, o novo Plano Safra consiga atender às diferentes realidades da produção nacional — ainda que as mudanças exijam, por parte dos produtores, maior atenção à gestão de prazos, custos e riscos em um cenário cada vez mais desafiador.

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Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIOS

Agronegócio faturou R$ 54,4 bilhões no primeiro semestre

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As exportações do agronegócio de Minas Gerais movimentaram R$ 54,4 bilhões no primeiro semestre de 2025, o equivalente a US$ 9,8 bilhões, consolidando o estado como o terceiro maior exportador do setor no país. O valor representa um crescimento de 18% em relação ao mesmo período do ano passado, apesar da queda de 9% no volume total embarcado, que somou 8,5 milhões de toneladas.

O desempenho foi impulsionado principalmente pelo café, carro-chefe da pauta mineira, que respondeu por mais da metade da receita do período. Foram exportadas cerca de 13,7 milhões de sacas, volume 8,8% menor do que em 2024, mas que gerou uma receita 61% maior, alcançando US$ 5,5 bilhões (R$ 30,6 bilhões). O resultado reflete o cenário internacional de menor oferta e preços elevados, com forte demanda de países como Estados Unidos, Alemanha, Itália e Japão.

As carnes também apresentaram bom desempenho. O segmento — que inclui bovina, suína e frango — faturou US$ 831,6 milhões (R$ 4,62 bilhões), alta de 16,8% no valor e aumento de 4,5% no volume, somando 238,6 mil toneladas exportadas. Em contrapartida, setores como o sucroalcooleiro, produtos florestais e complexo soja registraram retração. As vendas externas de açúcar e etanol caíram 29,3%, totalizando US$ 714,4 milhões. Já o complexo soja (grão, óleo e farelo) embarcou 4,8 milhões de toneladas, com receita de US$ 1,91 bilhão, queda de 16,4% no faturamento.

Minas Gerais enviou mais de 560 produtos agropecuários a 169 países, tendo como principais destinos a China (25,4%), Estados Unidos (12%), Alemanha (8,1%), Itália (5,5%) e Japão (4,6%).

Para a Secretaria de Agricultura, o setor mineiro demonstrou resiliência ao aproveitar oportunidades num cenário externo ainda marcado por volatilidade cambial, medidas protecionistas e incertezas logísticas.

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Segundo a secretaria, a valorização dos preços internacionais compensou a redução dos volumes, especialmente em mercados mais exigentes e seletivos. O Governo de Minas também atribui o bom resultado a políticas de incentivo no campo, como regularização fundiária, segurança rural e programas de irrigação.

Apesar dos desafios em alguns segmentos, o agronegócio mineiro encerra o semestre com saldo positivo, mantendo protagonismo no comércio exterior brasileiro e expectativa de crescimento contínuo nos próximos meses.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIOS

Exportações impulsionam mercado, mas consumo segue fraco

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O mercado de arroz no Brasil começa a dar sinais de recuperação, após um período de forte pressão sobre os preços e baixa liquidez. O movimento, embora ainda tímido, vem sendo sustentado principalmente pelo crescimento das exportações, que têm garantido algum alívio para os estoques internos e renovado a expectativa de retomada do setor.

No Rio Grande do Sul, principal polo produtor do país, as cotações mostram leve valorização nas últimas semanas. Negociações pontuais para arroz em casca com bom rendimento industrial (acima de 58% de grãos inteiros) têm ocorrido na faixa de R$ 67 a R$ 68 por saca de 50 quilos (FOB) na Fronteira Oeste. Já na região portuária, os preços CIF oscilam entre R$ 72 e R$ 73, refletindo o interesse de compradores internacionais.

O bom desempenho das exportações em julho — com estimativa de embarques próximos de 200 mil toneladas (base casca) — tem sido decisivo para o fôlego do setor. Com o consumo interno ainda retraído, a saída por meio do canal externo tornou-se fundamental para aliviar a pressão de oferta e gerar sustentação aos preços. Lideranças do setor propõem, inclusive, o redirecionamento de parte dos estoques excedentes — cerca de 10% — para o mercado externo como forma de recompor o equilíbrio.

Apesar desse avanço, o mercado interno segue moroso. As indústrias continuam operando com cautela, comprando volumes reduzidos, geralmente em lotes de mil sacas. A fraca demanda doméstica, combinada ao alto volume disponível no mercado, mantém travada a comercialização da safra e limita o espaço para novas altas nas cotações.

A média estadual da saca no Rio Grande do Sul, para arroz com rendimento entre 58% e 62%, ficou em R$ 67,45 na quinta-feira (17), com pagamento à vista. Isso representa um avanço de 0,39% em relação à semana anterior e de 2,05% frente ao mesmo período do mês passado. No entanto, a comparação com o início do ano ainda é desfavorável, com retração acumulada de 41,88%.

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A sinalização de melhora traz algum alento, mas a consolidação dessa tendência dependerá de estratégias coordenadas entre os elos da cadeia produtiva e políticas que estimulem a fluidez do mercado. O cenário ainda é desafiador, e o equilíbrio entre oferta, demanda e rentabilidade para o produtor permanece como principal meta para os próximos meses.

Fonte: Pensar Agro

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