O Ministério da Educação (MEC) participou do evento “As Contribuições da Amazônia para a COP30”, realizado nos dias 2 e 3 de julho, na Universidade Federal do Pará (UFPA). O evento reuniu, além de lideranças políticas, representantes da academia e da sociedade civil, em esforço coletivo para colocar a região no centro do debate climático global.
O secretário substituto da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC, Adilson Santana de Carvalho, reforçou a relevância do evento na ampliação do debate que prepara as autoridades locais para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que irá ocorrer em Belém (PA), em novembro deste ano. Para o secretário, a escolha do local para sediar um dos principais eventos mundiais sobre o tema é estratégica, em relação à importância da região para o futuro do planeta.

- O secretário substituto da Sesu do MEC, Adilson Santana de Carvalho, destacou o papel das universidades no processo de transformação social e ambiental. Foto: Alexandre de Moraes / UFPA
“A COP30 sendo realizada em Belém, no estado do Pará, no Brasil, é um reconhecimento da importância do país e da Amazônia. É uma oportunidade de visibilidade, de colocar no centro das decisões as questões amazônicas, não apenas como tema, mas também como referência real para a formulação de políticas globais”, afirmou.
Adilson Santana de Carvalho também destacou o papel das universidades no processo de transformação social e ambiental. Para ele, as instituições de ensino superior devem atuar como vetores do desenvolvimento regional. “A universidade tem um papel central, como produtora de conhecimento, cultura e integração. Ela é um motor de desenvolvimento nas dimensões econômica, social, cultural e pessoal”, apontou.
O reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, reafirmou o compromisso da universidade com a promoção de um debate climático amplo, democrático e enraizado nos territórios, defendendo o protagonismo dos povos tradicionais, das universidades amazônicas e da ciência produzida na região. Ao mesmo tempo, enfatizou a importância de integrar os esforços das instituições de todo o país, promovendo uma resposta coletiva e articulada à emergência climática global.
“A realização da COP30 na Amazônia representa uma oportunidade histórica para que o mundo escute, com atenção e respeito, as vozes dos povos da floresta, das comunidades tradicionais e das instituições científicas que há décadas constroem conhecimento a partir deste território. Mas esse protagonismo regional não se contrapõe à colaboração nacional – ao contrário, reforça o compromisso coletivo com um futuro sustentável”, afirmou Gilmar Silva.
“A UFPA acredita que o enfrentamento da crise climática deve ser construído em rede, de forma plural, integrando os saberes da Amazônia com os esforços de todas as regiões do Brasil e com as experiências internacionais que compartilham da mesma urgência: proteger a vida no planeta”, completou o reitor. Para Gilmar, a realização da Conferência na Amazônia é uma chance única de colocar a região no centro das soluções, e não apenas dos problemas, com base na justiça climática e no diálogo entre diferentes saberes.
Representante da Presidência da República, a diretora-executiva da COP30, Ana Toni, afirmou que a realização da Conferência do Clima em Belém deve marcar uma mudança significativa na forma como o debate climático é conduzido: das grandes negociações internacionais para ações concretas lideradas pela sociedade civil. “A COP é um processo. E esse processo começou lá atrás, em 1992, no Rio de Janeiro, com a Convenção do Clima. Durante muito tempo, esse foi um movimento de cima para baixo, com decisões tomadas nos grandes fóruns internacionais. Mas acho que aqui, em Belém, isso vai mudar. Agora o movimento está vindo de baixo para cima”, afirmou Ana Toni, que participou da mesa “Contribuições da Amazônia para a Transição Justa”.
Ainda participaram do debate a reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Angelita Pereira Lima, que ressaltou a importância da região do Cerrado brasileiro para a Conferência do Clima; o secretário executivo da COP30 e representante da Prefeitura de Belém, André Godinho, que aproveitou o encontro para fazer um convite direto a todos os que estão se preparando para a conferência, para olharem para Belém com empatia, respeito e compromisso; e a cientista social Edna Castro, presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) e pesquisadora do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA/UFPA), que ressaltou a importância da ciência produzida na Amazônia para compreender e enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas, destacando o protagonismo das universidades amazônicas e a necessidade de um compromisso duradouro com a pauta ambiental.
Vozes da Amazônia – O evento “As Contribuições da Amazônia para a COP30” integra a programação oficial do movimento “Ciência e Vozes da Amazônia na COP30”, lançado pela UFPA, em fevereiro, com o objetivo de fortalecer o protagonismo dos povos amazônicos, dos cientistas e das instituições locais nas negociações que ocorrerão em novembro, durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Belém (PA).
COP30 – A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes) é um encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima. É considerado um dos principais eventos do tema no mundo.
A COP30 representa uma oportunidade histórica para o Brasil reafirmar seu papel de liderança nas negociações sobre mudanças climáticas e sustentabilidade global. O evento permitirá ao país demonstrar seus esforços em áreas como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono, além de reforçar sua atuação histórica em processos multilaterais, como na Eco-92 e na Rio+20.
Assessoria de Comunicação do MEC, com informações da Sesu
Fonte: Ministério da Educação