“É o partido que vai decidir. Mas eu vou para o páreo. Eu estou me colocando à disposição de novo”, disse a ex-ministra ao GLOBO.
Damares também reforçou que não quer se candidatar à Câmara dos Deputados — ideia da qual Bolsonaro era um entusiasta.
“Eu não quero ser deputada. Eu já deixei muito claro para o partido. A nominata já está muito boa”, referindo-se à lista de pré-candidatos do Republicanos que já está definida há algumas semanas.
Há duas semanas, a ex-ministra retirou a sua candidatura ao Senado em favor da ex-ministra da Secretaria de Governo Flávia Arruda (PL-DF), que pleiteia o mesmo posto e aparece na frente nas pesquisas eleitorais.
A saída da ex-ministra permitiu a formação de uma chapa que terá o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), como candidato à reeleição e Arruda ao Senado. O acordo foi anunciado no Palácio do Planalto e teve o aval de Bolsonaro, que definiu este como o seu palanque na capital federal do país.
Damares, no entanto, recuou da ideia de desistir da candidatura ao ver, segundo ela, alguns “movimentos estranhos” da parte da família Arruda.
“O presidente não se meteu nas configurações aqui no DF. Naquela reunião que eu recuei, foi levado para ele que a direita estaria toda junta. Mas, depois daquela reunião, houve alguns movimentos estranhos. Começou a ter ruídos. O (José Roberto] Arruda falando que não vai pedir voto para presidente. Esses movimentos estranhos me deram mais uma oportunidade de tentar de novo”, explicou ela.
A ex-ministra, por outro lado, afirmou que pretende dar um “palco extremamente bolsonarista” e de direita para o presidente no Distrito Federal, além de trazer ao seu palanque os apoiadores de Jair Bolsonaro. Apesar do entusiasmo, a ex-ministra afirmou que cabe ao Republicanos decidir o seu futuro político eleitoral.
“Eu não estou participando das conversas. Dessa vez, eu estou de fato deixando tudo na mão do partido, porque já houve um momento em que eu tomei decisão e acabei causando danos. E o partido vai decidir agora”, disse ela, referindo-se ao episódio em que fechou a aliança com o governador Ibaneis para se lançar ao Senado, sem a participação do PL, o partido de Flávia Arruda e de Bolsonaro.
Ao GLOBO, o presidente do Republicanos do Distrito Federal, Wanderley Tavares, afirmou que o martelo seria batido até a manhã desta sexta-feira, quando a sigla realizará a convenção regional.
“Está muito em aberto. Ela pode sair a tudo, inclusive ao governo estadual”, afirmou ele.
Por enquanto, o Republicanos faz parte do conjunto de partidos que apoia a reeleição de Ibaneis, que envolve ainda o PP e o PL.
A primeira rodada da pesquisa PoderData, após início do pagamento do Auxílio Brasil com reajuste para R$ 600, mostra que o governo de Jair Bolsonaro (PL) está mais bem avaliado entre quem recebe o benefício do que entre a população em geral. Segundo o levantamento, que foi realizado entre 14 e 16 de agosto de 2022, a taxa de aprovação da atual gestão atual é de 45% entre as pessoas que receberam algum pagamento do programa substituto do Bolsa Família no último mês.
Já a taxa de desaprovação do governo nesse grupo é de 51%. No entanto, a pesquisa aponta um movimento favorável à administração Bolsonaro nos últimos 15 dias.
O levantamento aponta, ainda, um crescimento de Bolsonaro entre os beneficiários em termos de intenção de voto. Há duas semanas, o mandatário tinha 25% nesse grupo. Agora, são 39%.
Os dados da pesquisa foram coletados através de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 3.500 entrevistas em 331 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais parta mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR-02548/2022
PoderData: 56% desaprovam governo de Jair Bolsonaro
O governo de Jair Bolsonaro (PL) é desaprovado por 56% do eleitorado brasileiro, de acordo pesquisa PoderData realizada de 14 a 16 de agosto. Além disso, 40% aprovam a gestão do atual presidente.
De acordo com a pesquisa, a aprovação do governo é ligeiramente mais favorável entre os beneficiários do Auxílio Brasil: 45% aprovam e 51% desaprovam.
Veja em quais grupos Bolsonaro tem mais dificuldade:
sexo – só 34% das mulheres aprovam o governo; entre homens, a taxa sobe para 46%
idade – aprovação é mais alta entre os adultos de 25 a 44 anos (47%)
região – moradores do Nordeste (61%) são os que mais desaprovam a gestão Bolsonaro
renda – desaprovação é de 61% entre os que têm renda familiar de até 2 salários mínimos
Os dados foram coletados de 14 a 16 de agosto de 2022, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 3,5 mil entrevistas em 331 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O registro no TSE é BR-02548/2022.