Bolsonaro repete fake news sobre Fachin e fala em mudanças no STF
Em sua primeira visita a Juiz de Fora desde a facada que sofreu, em 2018, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a colocar sob suspeita a lisura do processo eleitoral e a atuação do ministro Edson Fachin na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Para isto, Bolsonaro se valeu de uma fake news. Em pronunciamento, o presidente afirmou que uma decisão de Fachin tirou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da cadeia e que, por isto, ele não teria isenção para presidir o tribunal eleitoral. Lula, no entanto, foi solto após decisão do colegiado do Supremo Tribunal Federal (STF) ter mudado o entendimento sobre a condenação em segunda instância. Bolsonaro também se disse “empenhado” em mudar o perfil dos ministros do STF, caso seja reeleito.
“Quem for reeleito presidente terá mais duas vagas no Supremo. Nós vamos mudando aos poucos. Quem foi que tirou o Lula da Cadeia? Foi o ministro Fachin. Onde está o Fachin hoje em dia? Conduzindo o processo eleitoral. Isso é suspeição ou não é?”, questionou durante encontro com lideranças da Assembleia de Deus na cidade mineira.
O presidente também falou sobre a facada sofrida em 2018. “A maioria dos médicos que me viram naquele estado dizem que um a cada cem que leva aquela facada sobreviveria. Alguns dizem que é sorte, eu acho que é a mão de deus. Lembro de levar aquele baque na barriga e querer continuar, seguir em frente”, disse.
Nos últimos três meses, Bolsonaro esteve em média em um evento evangélico por semana. A maior presença dele em cerimônias ou encontros desse segmento religioso coincide com a melhora de seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto nesse estrato — um dos únicos em que ele aparece à frente do ex-presidente Lula.
A viagem também ocorre num momento em que o titular do Palácio do Planalto vem sendo acusado de estimular atos de violência contra adversários políticos. O tema ganhou força desde sábado, quando o guarda municipal e dirigente do PT no Paraná Marcelo Arruda foi assassinado durante a própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, pelo agente penal Jorge Guaranho, apoiador declarado de Bolsonaro.
Os dois iniciaram uma discussão após Guaranho invadir o evento, que tinha o PT como tema da decoração. Ele atirou contra o aniversariante. Arruda, que também estava armado, revidou, mas acabou morrendo no local. O agente penal também foi baleado e segue internado.
A ida a Juiz de Fora ajuda a reforçar o discurso adotado pelo presidente desde a morte do guarda municipal, a de que ele próprio foi alvo de um grave ato de violência quatro anos atrás. Na terça-feira, Bolsonaro telefonou para irmãos da vítima e bateu nessa tecla.
“Se porventura me apoiem (pessoas com esse tipo de comportamento), peço que apoiem o outro lado. Eu sou vítima, eu levei uma facada”, disse durante a conversa por telefone.
A primeira rodada da pesquisa PoderData, após início do pagamento do Auxílio Brasil com reajuste para R$ 600, mostra que o governo de Jair Bolsonaro (PL) está mais bem avaliado entre quem recebe o benefício do que entre a população em geral. Segundo o levantamento, que foi realizado entre 14 e 16 de agosto de 2022, a taxa de aprovação da atual gestão atual é de 45% entre as pessoas que receberam algum pagamento do programa substituto do Bolsa Família no último mês.
Já a taxa de desaprovação do governo nesse grupo é de 51%. No entanto, a pesquisa aponta um movimento favorável à administração Bolsonaro nos últimos 15 dias.
O levantamento aponta, ainda, um crescimento de Bolsonaro entre os beneficiários em termos de intenção de voto. Há duas semanas, o mandatário tinha 25% nesse grupo. Agora, são 39%.
Os dados da pesquisa foram coletados através de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 3.500 entrevistas em 331 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais parta mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR-02548/2022
PoderData: 56% desaprovam governo de Jair Bolsonaro
O governo de Jair Bolsonaro (PL) é desaprovado por 56% do eleitorado brasileiro, de acordo pesquisa PoderData realizada de 14 a 16 de agosto. Além disso, 40% aprovam a gestão do atual presidente.
De acordo com a pesquisa, a aprovação do governo é ligeiramente mais favorável entre os beneficiários do Auxílio Brasil: 45% aprovam e 51% desaprovam.
Veja em quais grupos Bolsonaro tem mais dificuldade:
sexo – só 34% das mulheres aprovam o governo; entre homens, a taxa sobe para 46%
idade – aprovação é mais alta entre os adultos de 25 a 44 anos (47%)
região – moradores do Nordeste (61%) são os que mais desaprovam a gestão Bolsonaro
renda – desaprovação é de 61% entre os que têm renda familiar de até 2 salários mínimos
Os dados foram coletados de 14 a 16 de agosto de 2022, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 3,5 mil entrevistas em 331 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O registro no TSE é BR-02548/2022.