Datafolha aponta que Bolsonaro tem 55% de rejeição
A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira mostra o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 55% de rejeição, seguido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 35%. Cada entrevistado pode escolher mais de um candidato no levantamento.
Confira o índice de rejeição de todos os pré-candidatos:
– Jair Bolsonaro (PL) – 55% – Lula (PT) – 35% – Ciro Gomes (PDT) – 24% – General Santos Cruz (Podemos) – 18% – Vera Lucia (PSTU) – 16% – Eymael (DC) – 16% – Luciano Bivar (União) – 16% – Pablo Marçal (PROS) – 15% – Felipe D’Ávila (Novo) – 15% – Sofia Manzano (PCB) – 15% – Simone Tebet (MDB) – 14% – André Janones (Avante) – 14% – Leonardo Péricles (UP) – 14% – Não rejeita nenhum – 2% – Não votaria em nenhum – 1% – Não sabe – 2% O Datafolha entrevistou, nesta quarta e quinta-feira, 2.556 eleitores em 181 municípios de todas as regiões do país. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-09088/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais, e o índice de confiança é de 95%.
Histórico Bolsonaro já apresentava o maior índice de rejeição entre todos os candidatos na pesquisa anterior do Datafolha, divulgada no fim de maio. Na ocasião, 54% dos eleitores afirmavam que não votariam nele de jeito nenhum, o que indica oscilação dentro da margem de erro.
Apesar da liderança de Bolsonaro no ranking de rejeição, o desempenho atual é melhor do que o registrado em levantamentos anteriores, quando a marca negativa chegou a atingir 60%.
Em maio, Lula aparecia em segundo lugar com uma rejeição de 33%, valor que também oscilou para cima, embora ainda dentro da margem de erro. Na sequência, vinham o ex-governador cearense Ciro Gomes (PDT), com 19%; o general Carlos Alberto dos Santos Cruz (Podemos), com 11%; Vera Lúcia (PSTU), Eymael (DC) e Luciano Bivar (União) com 10% cada; e Pablo Marçal (Pros), Simone Tebet (MDB), André Janones (Avante), Felipe d’Ávila (Novo), Sofia Manzano (PCB) e Leonardo Péricles (UP), que tinham 8% cada.
O presidente Jair Bolsonaro, em cerimônia no Palácio do Planalto
Para candidatos que participam da disputa eleitoral em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) continua sendo o pior padrinho político , segundo pesquisa do Datafolha divulgada nesta sexta-feira pela Folha de S. Paulo. Dos ouvidos, 64% não votariam de forma alguma num nome apoiado pelo titular do Palácio do Planalto. Já 17% disseram que talvez pudessem fazê-lo. Outros 17% seguiriam a orientação com certeza e 2% não souberam opinar.
O levantamento tem margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. Isso mostra uma estabilidade na rejeição aos nomes apoiados por Bolsonaro em relação à rodada realizada em abril deste ano. Agora, foram ouvidos, entre os dias 28 e 30 de junho, 1.806 eleitores. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-01822/2022.
De acordo com o Datafolha, Bolsonaro é o segundo colocado na corrida de sua sucessão. Na semana passada, uma pesquisa apontou que ele tinha 28% das intenções de voto. O candidato dele para o governo de São Paulo é o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura).
Freitas foi escolhido pelo presidente e, para a corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, se filiou ao Republicanos. Ele vem enfrentando críticas e aliados de Bolsonaro por não estar promovendo essa associação, mas há ao seu redor a certeza de que o segundo lugar nas pesquisas é fruto direto da transferência de votos do ex-chefe. Ele teve 13%, empatando com o governador de SP, Rodrigo Garcia (PSDB). Na frente de ambos, no cenário em que se exclui o ex-governador Márcio (PSB), que deve sair para o Senado, está o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), com 34%.
Haddad tem como padrinho Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem substituiu na eleição de 2018, vencida por Bolsonaro. De acordo com o Datafolha, Lula não é um padrinho infalível em São Paulo, seu berço político. Cinquenta e um por cento dos entrevistados não votariam num indicado dele. Já 23% talvez o fizessem e 24% afirmam apoiar com certeza um indicado do petista.
Rodrigo Garcia deixou de ter um padrinho oficial este ano cm a desistência de João Doria (PSDB) de concorrer à Presidência. Ele empatou com Bolsonaro no quesito de mau padrinho na rodada anterior.
O Datafolha questionou eleitores sobre o apoio do prefeito de sua cidade: se isso ajudaria um candidato. Cinquenta por cento disseram que nunca votariam num nome indicado por Bolsonaro. Já 13% talvez votassem e 15% certamente o fariam.
Sobre a influência de Geraldo Alckmin — que apoiará Haddad, mas não como padrinho —, 53% nunca apoiariam um nome do ex-governador. Vinte e nove porcento talvez o fizessem e 13% votariam com certeza.
Simone Tebet critica forma como PEC Eleitoral foi aprovada no Senado
Pré-candidata à Presidência, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) criticou nesta quinta-feira a forma com a PEC Eleitoral foi aprovada no Senado, mas votou a favor do texto com a justificativa de que é preciso combater a crise econômica e o aumento da fome no país.
A proposta viola restrições da lei eleitoral para criar e ampliar uma série de benefícios sociais, ao custo de R$ 41,2 bilhões, a apenas três meses do primeiro turno. A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) vê na medida uma forma de conquistar votos no momento em que aparece atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas eleitorais.
Entre os pré-candidatos ao Planalto, além de Tebet, Bolsonaro e Luiz Felipe D’Avila (Novo) também reagiram à aprovação da PEC no Senado. Enquanto o atual titular do Palácio do Planalto comemorou o projeto, D’Avila criticou o caráter eleitoreiro da proposta. Lula e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), por sua vez, não comentaram o assunto.
“O Auxílio Brasil vai de R$ 400 para R$ 600. O auxílio para o caminhoneiro é de R$ 1.000. Sei que é pouco, que os caminhoneiros gastam bastante combustível, mas é uma ajuda. Também vamos dobrar o valor do vale gás e vem mais coisa”, disse Bolsonaro em sua live semanal.
A PEC viabiliza “bondades” do governo com o objetivo liberar a ampliação de gastos e viabilizar a criação e a ampliação de uma série de benefícios sociais em período eleitoral.
Tebet votou a favor da proposta, alegando que a crise econômica e o aumento da fome no país tornavam necessária a ampliação dos auxílios sociais.
“Este é o caminho certo no que se refere esta questão dramática em que o Brasil está vivendo. A fome tem pressa, nós sabemos disso. Nós não estamos diante de uma escolha de Sofia. Não quando tantas Sofias e Marias estão sofrendo a dor da fome. Então não é uma escolha de Sofia, nós temos que efetivamente avançar e avançar rapidamente em uma solução para quem hoje não tem o que dar de comer a seus filhos.”
No entanto, a senadora criticou que a PEC não respeitou os ritos habituais de projetos do tipo, que costumam passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A matéria foi analisada direto no plenário.
“Esse projeto começou errado e termina errado. O meu voto é favorável, mas eu quero fazer um apelo à vossa excelência”, disse Tebet, se dirigindo ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Que nenhuma PEC, nenhuma emenda constitucional deixe de passar pela Comissão de Constituição e Justiça, nem que façamos isso em 48 horas.”
A declaração da senadora foi feita durante a sessão que aprovou a PEC Eleitoral. Em um comentário duro, Tebet classificou a tramitação da proposta como algo feito “na coxa”.
“Não é possível nós entrarmos para os anais da história do Brasil, de votarmos uma PEC tão relevante, que fura teto, que viola lei de responsabilidade fiscal, que atinge a regra de ouro, fazendo alterações de vírgula ou de parágrafo na coxa. Porque é isso que estamos fazendo.”
O candidato do partido Novo, Luiz Felipe D’Avila, por sua vez, criticou o caráter eleitoreiro da proposta e disse que o projeto serve como um “cheque em branco” ao governo Boslonaro.
“Com caráter eleitoreiro, a PEC/16 é mais uma ameaça ao Brasil, disfarçada de bondade. São quase R$ 39 bi destinados para criar gastos em pleno ano de eleição. Reitero que não sou contrário ao subsídio às famílias, contudo, é inegável que tal projeto está sendo usado para contemplar objetivos eleitorais”, escreveu D’Avila.