De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de atendimentos este ano sobre o título de eleitor bateu recorde. No total, foram 7.209.913 este ano. Só para comparar, em 2018 foram 5.401.285, e em 2014, 3.035.019. Os eleitores tem até 23h59 desta quarta-feira para modificar o cadastro na Justiça Eleitoral (JE), que envolve desde a mudança de domícilio eleitoral até a emissão de novos títulos. Caso contrário, não poderão votar para presidente, governador, senador e deputados federais e estaduais nas eleições de outubro.
Os números compilados pelo TSE reúnem tanto os atendimentos feitos de maneira remota, pelo sistema “Titulo Net”, quanto os que foram feitos de maneira presencial, nos cartórios eleitorais. No entanto, a recomendação do TRE é que o eleitor dê preferência pelo atendimento virtual e só procure a unidade presencialmente em último caso. Os serviços oferecidos nas zonas eleitorais estão todos disponíveis também pela internet.
Devido ao aumento da procura, o site do TSE chegou a ficar instável na segunda-feira e a ficar fora do ar por um breve período de tempo. Nesta terça-feira, eleitores fizeram filas em postos de atendimento do Tribunal Regional Eleitoral em diversos pontos do país. Pelas redes sociais, houve relato de espera no Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo, Amazonas, Alagoas e Rio Grande do Norte.
O estudante Erick Santos de Melo, de 17 anos, encontrou problemas para acessar o site do TSE e decidiu ir a um desses postos. Ele é de Salvador e, apesar de ter enfrentado uma “fila gigante”, encontrou um “atendimento organizado” e saiu meia hora depois com sua situação regularizada.
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“Não demorei muito. Sinceramente, achei que iria demorar mais. A fila, quando cheguei, estava gigante. Mas apesar disso, a fila andou, foi bem rápido. Em meia hora, já estava saindo com o título na mão. Estava organizado, tanto que tinha fila para quem agendou e para quem não agendou. Não tinha agendado, por isso demorei um pouquinho mais. Mas não tive nenhum problema” conta.
Nesta quarta-feira, os horários do TRE-RJ serão ampliados de acordo com a demanda. Segundo o tribunal, todo eleitor que estiver na fila às 19h – fim do expediente – receberá uma senha e será atendido.
No dia 11 de julho, o TSE divulgará o número oficial de eleitores considerados aptos a votar nas eleições de 2022, e entre 5 de julho e 3 de agosto, os juízes eleitorais deverão nomear os eleitores que serão mesários e darão apoio logístico nos locais de votação.
Após as eleições, aqueles que não tiverem votado no primeiro turno têm até o dia 1º de dezembro para apresentar a justificar a ausência no portal online do TSE ou no próprio cartório eleitoral.
Carlos Alberto dos Santos Cruz, general de divisão da reserva do Exército Brasileiro
Ex-ministro do governo Bolsonaro, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz está internado no Hospital das Forças Armadas, em Brasília. O militar da reserva sofreu um princípio de infarto na segunda-feira.
Ainda não há informações sobre o estado de saúde dele ou sobre procedimentos médicos realizados.
Aos 69 anos, o nome de Santos Cruz chegou a ser ventilado como possível candidato à Presidência pelo Podemos. O general se tornou conhecido ao assumir como ministro-chefe da Secretaria de Governo, de janeiro a junho de 2019, e passou a ser crítico ao Governo após o presidente Jair Bolsonaro demiti-lo do cargo.
Procurado pelo GLOBO, o HFA informou que as informações seriam divulgadas pelo Ministério da Defesa, responsável por gerenciar o hospital. A pasta não respondeu até a publicação deste texto. A reportagem também tenta contato com a família do general.
Lula discutiu a situação da eleição em Minas em reunião na última segunda-feira
PT e PSD negociam a retirada da pré-candidatura ao Senado do deputado Reginaldo Lopes em Minas Gerais para destravar um dos obstáculos que impedem uma aliança nacional entre as duas legendas ainda no primeiro turno das eleições. Em troca dessa desistência, o PSD ofereceu ao PT a possibilidade de indicar o vice da chapa do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil .
Na segunda-feira, Lula discutiu a situação da eleição em Minas em reunião com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e com Lopes. Reservadamente, lideranças do PT mineiro e aliados dão como certa a retirada do deputado da disputa pelo Senado.
O parlamentar saiu do encontro com a missão de coordenar as negociações no estado, mas negou que o martelo já tenha sido batido sobre a sua desistência de tentar uma vaga de senador.
“Vou coordenar a aliança entre Lula e Kalil em Minas. Estamos fazendo as conversas agora e ainda não há nenhum formato (de chapa) definido”, afirmou.
Lopes admite, porém, que haverá um empenho para atrair o PSD nacional:
“Queremos ajudar a compor em Minas para que o PSD nacional também possa integrar a aliança com Lula”.
O acordo no estado estava emperrado, porque o PSD quer manter a candidatura à reeleição do senador Alexandre Silveira, presidente do partido em Minas e braço direito do dirigente nacional da legenda, Gilberto Kassab. Na semana passada, Lula esteve em três cidades mineiras e, por causa do impasse, acabou não se encontrando com Kalil.
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, tem consultado diretórios estaduais para saber qual deve ser o caminho da legenda na eleição presidencial. Com a saída de Reginaldo da corrida pelo Senado, os petistas acreditam que o PSD de Minas passará a defender o apoio a Lula. Deputados federais do partido no estado, porém, vinham manifestando preferência pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Silveira chegou a ser sondado pela segunda vez para assumir a liderança do governo no Senado. Ele chegou a ter uma reunião no Planalto, mas, após conversa com petistas, recusou a oferta. Assim como da primeira vez que foi convidado ao posto, no início do ano, o parlamentar alegou que não poderia contrariar interesses de seu partido.
A expectativa agora é que o senador mineiro se aproxime de Lula para tentar impulsionar a sua votação na disputa pela reeleição. Embora esteja apenas no primeiro ano de seu mandato, após assumir a vaga do ex-senador Antonio Anastasia, Silveira é visto por seus pares como um grande articulador no Congresso e, por isso, mesmo uma aproximação com o Lula não atrapalharia a relação com aliados de Bolsonaro.
A relação do mineiro com o PT já é antiga: ele foi diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) durante a primeira gestão de Lula e é afilhado político do ex-vice presidente José Alencar.
Kassab já declarou que, em caso de segundo turno entre Lula e Bolsonaro, como indicam as pesquisas, vai apoiar o petista. Nas consultas que têm feito, o presidente do PSD já ouviu 12 estados, dos quais apenas dois (Bahia e Amazonas) defendem o apoio a Lula no primeiro turno. Nove querem a liberação dos diretórios e um (Ceará) é favor de aliança com Ciro Gomes (PDT). O diretório de Minas ainda não se manifestou formalmente.
A vaga de vice da chapa de Kalil estava reservada para o presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus, também do PSD. Agora, com o acordo com o PT, o deputado estadual espera ser indicado uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE). A indicação do posto que está aberto será da assembleia, onde Agostinho tem bastante influência.
Para a posição de vice, o PT avalia tanto o nome de Reginaldo quanto o deputado estadual André Quintão.
Ainda que a retirada de candidatura de Reginaldo esteja dada como certa por aliados, o deputado ainda aguarda a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode liberar a indicação de mais de um candidato ao Senado nas chapas aos Executivos estaduais. Essa opção, porém, não seria aceita por Silveira.