Time coloca Lula na capa e destaca sua possível volta ao poder
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que estampou a capa da revista americana Time , publicada nesta quarta-feira (04), disse que resolveu concorrer novamente à Presidência da República porque está vendo as políticas de inclusão social sendo destruídas no Brasil.
“Quando deixei a Presidência em 2010, efetivamente eu não pensava mais em ser candidato à Presidência da República. Entretanto, o que eu estou vendo, doze anos depois, é que tudo aquilo que foi política para beneficiar o povo pobre— todas as políticas de inclusão social, o que nós fizemos para melhorar a qualidade das universidades, das escolas técnicas, melhorar a qualidade do salário, melhorar a qualidade do emprego—, tudo isso foi destruído, desmontado. Porque as pessoas que começaram a ocupar o governo depois que deram o golpe na presidenta Dilma [Rousseff] eram pessoas que tinham o objetivo de destruir todas as conquistas que o povo brasileiro tinha obtido desde 1943.”
No decorrer da entrevista, Lula foi indagado sobre o porque pensou tão rapidamente em voltar, depois da decisão do Supremo Tribunal Federal que restaurou seus direitos políticos no ano passado, já que anteriormente teria dito à mídia que queria uma vida mais tranquila e fora do meio.
“Eu nunca desisti da política. A política está em cada célula minha, a política está no meu sangue, está na minha cabeça. Porque o problema não é a política simplesmente, o problema é a causa que te leva à política. E eu tenho uma causa.”
Sobre a polarização política no país, a economia, o panorama internacional, Lula disse que “Tem clareza de que eu pode resolver os problemas do Brasil”. Ainda de acordo com o ex-presidente os problemas do país só serão resolvidos quando “Os pobres estiverem participando da economia, quando os pobres estiverem participando do orçamento, quando os pobres estiverem trabalhando, quando os pobres estiverem comendo. Isso só é possível se você tiver um governo que tenha compromisso com as pessoas mais pobres”, afirmou.
Lula também foi questionado sobre a possível ‘culpa’ de Bolsonaro pelo racismo hoje no país e respondeu “Eu não diria que ele tem culpa pelo racismo porque o racismo é crônico no Brasil. Mas ele estimula”.
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FAKE NEWS DE BOLSONARO NA TIME
Em uma imagem fake, Bolsonaro estampou a capa da revista americana, em 2018, o post dizia que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, teria sido escolhido “Pessoa do Ano” pelo veículo norte-americano. A informação, no entanto, foi desmentida logo depois.
Reprodução/Redes Sociais – 04.05.2022
Nas fake news divulgadas na internet por apoiadores, em 2018, Bolsonaro estampava a capa da Time como ‘personalidade do ano’
Bolsonaro chegou a integrar a enquete da revista sobre os nomes que deveriam estar entre os finalistas da homenagem, mas não ficou entre os dez escolhidos.
Em 2018, Bolsonaro chegou a ser citado pela reportagem da Time, que o chamou de “populista reacionário que ataca os principais meios de comunicação”.
O acordo firmado entre MDB, PSDB e Cidadania previa que o candidato do centro democrático seria escolhido com base em pesquisas quantitativa e qualitativa feitas no último fim de semana pelo professor Paulo Guimarães. O combinado era que o resultado do levantamento seria divulgado nesta quarta-feira, o que não ocorreu.
Estrategistas de Doria afirmaram que o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, sequer comunicou o paulista sobre os resultados e tampouco forneceu acesso ao levantamento . Especializado em direito eleitoral, o advogado Arthur Rollo, que representa Doria, voltou a dizer que o resultado das prévias , cuja decisão foi tomada por mais de 17 mil filiados tucanos, está acima de qualquer decisão de aliança da terceira via. A defesa de Doria se respalda num artigo do estatuto tucano que garante a convenção partidária como o momento certo para homologar a candidatura do vencedor das primárias.
Para Rollo, os dirigentes de MDB, PSDB e Cidadania não têm competência para decidir lançar Tebet como cabeça de chapa.
“Eles (Baleia Rossi, Bruno Araújo e Roberto Freire) não têm poder para tomar essa decisão.”
Marqueteiro experiente em campanhas políticas, Lula Guimarães, que trabalha com Doria, demonstrou indignação e cobrou que os dados sejam mostrados. Desde que o parâmetro de pesquisa foi adotado para que os partidos de centro apontassem um nome para encabeçar a chapa do centro democrático, diversas lideranças do PSDB denunciaram que a medida seria uma forma de tentar rifar Doria da disputa com base em sua rejeição, que é a maior que a da emedebista nas pesquisas de opinião, já que ela é pouco conhecida do eleitorado. Guimarães, no entanto, contesta essa tese:
“Nenhuma das pesquisas divulgadas regularmente dão alguma vantagem para Simone Tebet em relação a João Doria. Nem o critério de rejeição se sustenta, já que proporcionalmente a senadora é mais rejeitada que o governador”, afirma Guimarães.
O marqueteiro ainda foi além e disse que uma hipótese de substituição de Doria por Tebet como cabeça de chapa “seria um equívoco histórico”. Para Guimarães, Doria tem mais experiência e ativos políticos a apresentar ao eleitorado do que a senadora. Ele citou o exemplo do legado vacina Coronavac contra a Covid-19:
“João tem o que mostrar numa campanha que compete com dois presidentes porque esteve no comando do executivo. O que a senadora Simone tem para mostrar ao eleitor além de intenções? João tem uma obra concreta que se materializa com o fato de ter trazido a vacina contra a Covid-19 para os brasileiros, por exemplo, entre outras. Logo, não há o que justifique a escolha da senadora. Seria um equívoco histórico.”
Simone Tebet diz que sua decisão não depende dos planos de Doria
Em reunião a portas fechadas, os presidentes do PSDB, MDB e Cidadania chegaram à conclusão nesta quarta-feira que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) é mais viável eleitoralmente do que o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) . Os três dirigentes — Bruno Araújo (PSDB), Baleia Rossi (MDB) e Roberto Freire (Cidadania) — analisaram os dados de uma pesquisa encomendada pelas três siglas e combinaram de levar o nome da parlamentar para ser referendado pela Executiva dos três partidos na próxima terça-feira .
No encontro ocorrido na sede do Cidadania, em Brasília, o professor Paulo Guimãres, do instituto que leva o nome dele, apresentou os resultados do levantamento contratado para verificar quem seria o candidato mais viável para disputar o Planalto neste ano — Tebet ou Doria. Segundo políticos que participaram da reunião e não quiseram se identificar, o levantamento apontou a senadora como a favorita por ter uma rejeição menor e ter mais potencial de crescimento.
Na saída do encontro, os três dirigentes não quiseram anunciar oficialmente a opção por Tebet, restringindo-se a dizer que consultariam antes a Executiva de cada partido para decidir por um candidato único da terceira via .
“Terça-feira que vem fica público uma posição dos três partidos e se os três confirmam essa posição. E a partir daí inicia-se um processo de dois candidatos postos”, afirmou Bruno Araújo. “Nós três chegamos a um consenso. Só que não somos nós que vamos decidir, não vai ser uma decisão individual minha, nem do Bruno, nem do Baleia”, completou Freire.
Nesta terça-feira, boa parte dos dirigentes do PSDB se reuniram no diretório nacional, em Brasília, para ampliar a pressão para que Doria seja desista da corrida à Presidência. O movimento foi capitaneado por seu opositor, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), que declarou ontem que ele está “atrapalhando” a campanha dos pré-candidatos aos governos estaduais. A Executiva tucana chegou a aprovar que o paulista fosse “convidado” para uma reunião na manhã desta quarta-feira, em Brasília. Mas ele declinou do convite.