Dallagnol teria pedido investigação de ministros do STJ de forma ilegal
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, pediu nesta sexta-feira (5) que o procurador-geral da República, Augusto Aras, abra um inquérito para investigar se procuradores da operação Lava Jato teriam tentado investigar as turmas criminais do STJ, sem a autorização do STF (Supremo Tribunal Federal), isto é, ilegalmente.
Em ofício encaminhado à PGR, Martins solicita que Aras “tome as necessárias providências para a apuração de condutas penais, bem como administrativas ou desvios éticos dos procuradores” – essas últimas perante ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
No documento endereçado a Augusto Aras, o ministro Humberto Martins cita a notícia de que os procuradores Deltan Dallagnol e Rodrigo Castor tinham intenção de investigar ministros do STJ sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a CNN Brasil , no arquivo de 42 páginas de mensagens da operação Spoofing, entregue na segunda-feira (1) pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ministro Lewandowski, o então coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, sugere pedir à Receita Federal “uma análise patrimonial” dos ministros que integram as turmas criminais do STJ.
“A RF [Receita Federal] pode, com base na lista, fazer uma análise patrimonial, que tal? Basta estar em EPROC [processo judicial eletrônico] público. Combinamos com a RF”, escreve Deltan para, em seguida, emendar: “Furacão 2”
PEC sobre imunidade parlamentar foi desenvolvida por grupo indicado pelo presidente da Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta quarta-feira que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da imunidade parlamentar “não é a PEC da impunidade”.
Pouco antes de o plenário iniciar sessão sobre o assunto, Lira reagiu às críticas de que o texto seria elaborado para evitar qualquer punição a deputados e senadores.
O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), que comanda o início do debate, afirmou que apenas a “admissibilidade” da proposta seria votada nesta quarta-feira.
Apresentada na terça-feira, a PEC gerou polêmica e provocou reações de partidos como PSOL, Novo, Cidadania, Rede e Podemos. Essas legendas tentam barra a deliberação do tema a toque de caixa.
Se a PEC já estivesse em vigor, o deputado Daniel Silveira não poderia ter sido preso em flagrante, assim como Flordelis não poderia ser afastada do mandato.
Após rechaçar a jornalistas a possibilidade de ser uma “proposta da impunidade”, Lira também recorreu ao Twitter para falar sobre o assunto. A medida foi acordada pela maioria dos líderes após a manutenção da prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). Lira defende uma tramitação rápida, enquanto a temperatura do assunto favorece a mudança de regras.
“Quando se contrapõe à democracia, a ‘inviolabilidade” do mandato parlamentar não é absoluta, como bem demarcou o STF e, com 364 votos, a Câmara. Mas a inviolabilidade não foi revogada e sua autoria é dos mesmos que inscreveram as atribuições da Suprema Corte na mesma Constituição”, escreveu Lira. Ele continuou a argumentar: “Não sou a favor nem contra qualquer solução legislativa específica sobre a proteção do mandato, que não protege o parlamentar, mas a Democracia. Sou a favor, sim, que o Congresso faça sua autocrítica e defina um roteiro claro e preciso para o atual vácuo legal para lidar com situações desse tipo”.
Durante a sessão, o líder do Cidadania, Alex Manente (SP), criticou a forma apressada como a PEC estava sendo deliberada.
— Não podemos fazer isso como se fosse um pastel numa feira, da maneira como estamos fazendo. Podemos transformar essa limitação numa impunidade. Esse é o risco que pode se correr se não debatermos uma mudança constitucional – discursou o deputado.
Vice-líder do PSOl, Fernanda Melchionna, afirmou que a votação causa “estranhamento” e parece uma reação ao Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão de Silveira.
— Quero alertar a todos: se a PEC que está sendo apresentada fosse votada antes, o deputado Daniel Silveira não teria sido preso. Porque crimes de ódio e da extrema-direita estariam impunes. A deputada Flordelis também não seria afastada do mandato – discursou a deputada do PSOL.
Deputado do Novo, Gilson Marques (SC) também criticou a redação do texto.
— Uma PEC às vezes demora anos para ser votada. Essa PEC serve para a blindagem, turbinar o foro privilegiado, autobenefício, não tem nem relatório pronto. Coletou em tempo recorde as assinaturas. E ontem o texto ficou pronto – atacou o deputado.
Ex-líder do governo Jair Bolsonaro e hoje adversária do presidente da República, Joice Hasselmann (PSL-SP) também se posicionou contrária à proposta.
— Esse projeto é um escárnio. É estender tapete vermelho para corrupto cometer crime.
Pesquisa de opinião feita pela XP/Ipespe divulgada nesta quarta-feira (24) indica que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) manteve índices de aprovação, 31%, e rejeição, 42%.
O levantamento mostrou que 42% das pessoas consideram a gestão de Bolsonaro “ruim ou péssima”; para 31%, “ótimo ou bom”.
Em relação a última pesquisa divulgada no dia 4 de fevereiro, houve um aumento dentro da margem de erro entre os entrevistados que aprovam o chefe do executivo, de 30% para 31%, e estabilidade na rejeição.
Confira os resultados:
42% – “péssimo ou ruim”
31% – “ótimo ou bom”
24% – regular
3% – não sabe/ não respondeu
Além da avaliação geral, os entrevistados foram questionados sobre a troca de comando da Petrobras , anunciada na última sexta (19), que causou temor na bolsa financeira, fazendo com que a estatal perdesse mais de R $100 bilhões em valor de mercado.
70% dos entrevistados disseram “ficar sabendo” sobre a troca na presidência da empresa, e entre eles, não houve consenso em relação a troca de comando.
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40% consideraram que Bolsonaro errou ao demitir o presidente Castello Branco , mas para 38%, ele acertou a indicar o General Joaquim Silva e Luna ao cargo. 23% não soube responder.
Auxílio emergencial
Houve também o questionamento acerca da volta do auxílio emergencial , benefício criado pelo governo federal para mitigar os impactos econômicos da pandemia em abril do ano passado e que perdurou até dezembro. Cerca de 68 milhões de pessoas foram beneficiadas, e R$ 294 bilhões foram gastos.
69% dos entrevistados acreditam que o governo deveria retomar o auxílio por um valor entre R$ 200 e R$ 300 por mais alguns meses, quanto 22% das pessoas acham que o benefício não deveria voltar. 10% não soube ou não respondeu.
A pesquisa foi feita entre os dias 22 a 23 de fevereiro com 800 pessoas de todas as regiões do Brasil. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.