Comércio ilegal de armas de fogo, sequestros e execuções de rivais e planejamento de ataques ao Estado estão entre os crimes praticados pela facção criminosa investigada na Operação Yang, deflagrada na última quinta-feira (2.7), pela Polícia Civil, com foco na desarticulação do grupo criminoso que tentava expandir a sua atuação em Sorriso e região.
As investigações, conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), identificaram que os integrantes da facção criminosa, dentre eles, lideranças reclusas em presídios do Estado, coordenavam ações criminosas incluindo o tráfico de drogas, aquisição ilegal de armas, planejamento de sequestros e homicídios, especialmente com foco na desarticulação total da atuação da facção rival na região.
As investigações com objetivo de identificar integrantes de uma nova facção criminosa que tentava se instalar em Sorriso, passando a atuar e buscar a sua expansão na região, iniciaram em 2024, após a desarticulação de outra organização criminosa, alvo da Operação Recovery, deflagrada pela Polícia Civil, no ano de 2023.
Diante das diversas prisões realizadas na Operação Recovery, os membros da facção alvo das investigações da Operação Yang perceberam a janela de oportunidade para ocupar o vácuo de ações criminosas na região.
Durante a apuração dos fatos, foi identificado que o novo grupo, como forma de mostrar soberania, planejava diversos ataques no Estado, incluindo incêndios em agências bancárias e lotéricas, determinados por uma liderança da facção, reclusa na penitenciária de Várzea Grande.
Nas investigações, também foi evidenciado o porte e comércio ilegal de armas de fogo, tendo sido identificada a negociação e compra de armas e munições de diferentes calibres, ficando clara a atuação de integrantes do grupo como fornecimento do material de forma ilícita.
Dentre as armas relacionadas ao grupo criminoso estão armas de grosso calibre, como fuzil 762, utilizado em ameaças contra membros da facção rival. Por meio das armas identificadas foi possível fazer a ligação do grupo criminoso aos homicídios de Gelson da Silva, de 23 anos, e Lucas da Silva Chaves, 21, integrantes da organização criminosa rival, ocorrido no mês de novembro de 2023, em Sorriso.
Na ocasião, quatro integrantes da facção investigada, munidos com dois fuzis e duas pistolas, efetuaram disparos contra as vítimas, membros da facção rival, resultando na execução dos dois jovens e em outras duas vítimas feridas. As investigações evidenciaram a intenção do grupo em assassinar rivais, referindo -se aos membros do mesmo grupo como “irmãos” e aos integrantes da facção rival como “lixo”.
O delegado da GCCO responsável pelas investigações, Antenor Pimentel Marcondes, destacou que as investigações apontaram o envolvido da facção em diversos crimes graves ocorridos em Sorriso, como o duplo homicídio, ocorrido em retaliação ao grupo criminoso rival, assim como possíveis ataques que os criminosos pretendiam realizar na região.
“Com a operação foi possível não só identificar integrantes do grupo e desarticular a organização criminosa, como também evitou que outros possíveis crimes graves, como ataques a bancos, caixas eletrônicos e comércios ocorressem, assim como outros homicídios na região”, disse o delegado.
Operação Yang
O nome da operação faz referência à luz e à ação, simbolizando a resposta do Estado à atuação clandestina da facção criminosa, que coordenava ataques e assassinatos de integrantes de facções rivais.
A operação integra o planejamento estratégico da Polícia Civil por meio da operação Inter Partes, dentro do programa Tolerância Zero, do Governo de Mato Grosso, que tem intensificado o combate às facções criminosas em todo o Estado.
Dois homens suspeitos de envolvimento no homicídio de uma vítima que estava desaparecida foram presos pela Polícia Civil, nesta quinta e sexta-feira (17 e 18.7), em investigação realizada pela equipe de policiais da Delegacia de Alto Araguaia. Os suspeitos, de 18 e 35 anos foram autuados em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver e também responderão pelos crimes associados de homicídio e integrar facção criminosa.
O corpo da vítima, Silvano Prudêncio Alves foi localizado na madrugada desta sexta-feira (18), parcialmente enterrado, com os pés amarrados e marcas de golpes de faca. A localização ocorreu em uma área próxima ao antigo posto fiscal, já desativado, na região do município vizinho de Santa Rita do Araguaia (GO), a cerca de três quilômetros da cidade, sentido Goiás.
A principal linha de investigação indica que o homicídio foi motivado por rivalidade entre facções criminosas.
As investigações iniciaram após o irmão da vítima comparecer à Delegacia de Alto Araguaia para registrar o desaparecimento de Silvano, que era natural do município, mas atualmente residia na cidade de Frutal (MG).
Segundo informações, a vítima havia chegado a Alto Araguaia no dia 11 de julho para visitar os filhos e parentes. No sábado dia 12, participou de uma confraternização com amigos e, no domingo (13), informou que iria se encontrar com uma mulher – sendo essa a última informação repassada à família.
As investigações apontam que a vítima estaria ligada a uma facção criminosa rival daquela com atuação em Alto Araguaia. Durante a confraternização, membros da facção local teriam descoberto sua filiação. No dia seguinte, utilizando uma mulher como isca, os suspeitos atraíram a vítima até uma residência na periferia da cidade, onde ocorreu a execução, possivelmente no mesmo dia do desaparecimento.
A Polícia Civil, por meio da Gerência de Polinter e Capturas (Gepol) deflagrou nesta sexta-feira (18.7) a Operação Encarcerados, para cumprir 11 mandados de prisão contra procurados pela Justiça dentro dos presídios de Mato Grosso.
Foram cumpridos mandados na Penitenciária Ahmenon Lemos Dantas, na Penitenciária Central do Estado (PCE), na Cadeia Pública de Alta Floresta e na Cadeia Pública de Cáceres.
Em decorrências de inquéritos instaurados pela Polícia Civil, esses criminosos tiveram prisões decretadas por vários crimes, como homicídio, estelionato, tráfico, coação e roubo.
A delegada titular da Polinter, Sílvia Pauluzi de Siqueira, destaca que um dos trabalhos realizados pela Delegacia de Capturas é a busca por pessoas procuradas pela Justiça que foram condenadas, ou tiveram mandado de prisão preventiva decretados no curso do processo.
“As equipes fazem os levantamentos com o intuito de identificar e localizar o paradeiro de foragidos da Justiça, que praticaram os mais variados crimes. Esses criminosos são alvos da Gepol, que trabalha incansavelmente para cumprimento da missão”, reforça a delegada.
O cumprimento das ordens de prisão faz com que criminosos que tenham pendências com justiça, e que já estejam cumprindo penas em unidades prisionais, não recebam o benefício da liberdade condicional e se mantenham recolhidos à prisão.