Pesquisar
Close this search box.

POLÍTICA NACIONAL

STF mantém ação penal contra deputado Ramagem nas acusações relativas à tentativa de golpe

Publicado

Com  o voto da ministra Cármen Lúcia, neste sábado (10), a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade manter a ação penal contra o deputado Delegado Ramagem (PL-RJ) no que se refere a três acusações: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. Foi suspensa até o fim do mandato do deputado a parte da ação relativa aos crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Essas duas acusações se referem aos eventos do 8 de janeiro, quando o deputado já tinha sido diplomado.

A sustação da ação penal havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados na quarta-feira (7), ao julgar pedido do PL.

A decisão do STF também estabelece que a imunidade parlamentar aplica-se somente a Ramagem, sem beneficiar outros investigados no processo, como o ex-presidente Jair Bolsonaro. No voto seguido pela unanimidade, o relator Alexandre de Moraes argumentou que “não há dúvidas” de que a Constituição permite a suspensão apenas para crimes cometidos após a diplomação do parlamentar.

O relator do pedido de suspensão do processo na Câmara dos Deputados, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou que cabe sustar a ação porque os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa, dos quais Ramagem é acusado, teriam sido praticados depois da diplomação de Ramagem.

Repercussão
O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmou que o Supremo simplesmente seguiu o texto constitucional. “É isso que está escrito na Constituição. Se tivesse algum ministro do Supremo querendo achar outro caminho, ele não poderia, porque a Constituição é literal. Eu só lamento que a Câmara tenha errado a este ponto”, disse.

Leia mais:  Comissão debate obstáculos para a realização do Cadastro Ambiental Rural e do georreferenciamento dos imóveis

Já o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), criticou o fato de um ministro do STF, em referência a Alexandre de Moraes, estar se sobrepondo à vontade de toda a Câmara. Ele pediu, em rede social, uma resposta do presidente da Câmara, Hugo Motta. “Vai defender a soberania do Parlamento ou assistir calado?”, questionou.

O líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), classificou a decisão como mais um capítulo da “escalada autoritária” sobre o Estado de Direito no Brasil. “Quando um único ministro escolhe desconsiderar, de forma explícita, a vontade expressa da maioria do Parlamento, ele ataca a representação popular, o princípio democrático e a independência entre os Poderes”, afirmou.

Segundo Zucco, a decisão do Parlamento não foi um gesto político, mas ato constitucional. “A quem interessa um Supremo que, ao invés de ser o guardião da Constituição, passa a reescrevê-la segundo conveniências políticas?”, questionou Zucco.

O líder do Novo, deputado Marcel van Hattem (RS), fez coro às críticas. “Alexandre de Moraes e o STF mais uma vez afrontam o Poder Legislativo quando ignoram a decisão soberana da Câmara”, afirmou. Ele também cobrou uma resposta “contundente” de Motta. “A democracia e a vontade popular não podem continuar sendo pisoteadas”, declarou.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Pierre Triboli

Fonte: Câmara dos Deputados

Comentários Facebook
publicidade

POLÍTICA NACIONAL

Senadores cobram ministro por respostas a fraudes contra aposentados do INSS

Publicado

A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) recebeu nesta quinta-feira (15) o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz Maciel, para que ele prestasse esclarecimentos sobre as fraudes relacionadas a descontos não autorizados por aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e as respectivas investigações. Os senadores foram unânimes em manifestar indignação contra o crime praticado pelas associações denunciadas e exigiram respeito às vítimas, transparência nas investigações, responsabilidade dos culpados e agilidade no ressarcimento do dinheiro roubado. Também pediram que os mecanismos de segurança no INSS sejam reforçados para evitar novas fraudes. O ministro afirmou que “essas fraudes não começaram agora, mas terminaram neste governo”. Também disse que o atual governo agiu prontamente para identificar os responsáveis, “com tolerância zero”.

A participação do ministro atendeu a pedidos feitos pelos senadores Sergio Moro (União-PR), Eduardo Girão (Novo-CE), Marcos Rogério (PL-RO) e Dr. Hiran (PP-RR), presidente da CTFC.

Wolney Queiroz afirmou que desde 2019 começaram a ser apresentadas as denúncias de descontos irregulares nas aposentadorias. Segundo ele, o “ladrão entrou na casa” devido ao fim da revalidação dos dados.

Para evitar descontos indevidos, uma série de normas editadas entre 2019 e 2022 pelo governo de Jair Bolsonaro e pelo Congresso Nacional obrigou a revalidação periódica dessas autorizações. Mas a Lei 14.438, de 2022 acabou com a obrigatoriedade da revalidação. Segundo o ministro, foi a partir dessa extinção que novas associações foram criadas para atuar de forma irregular. 

— O fim da revalidação e da expectativa anterior de que houvesse a revalidação fez com que cerca de 11 empresas se credenciassem no INSS; empresas novas, associações novas. Essas empresas, que mais tarde descobrimos que eram 100% fraudulentas, a maior parte delas se estabeleceu nesse período. Alcançaram o acordo de cooperação técnica com o INSS e começaram a operar — disse o ministro.

Leia mais:  Projeto autoriza governo a construir e manter reservatórios de água na região Norte

Ele afirmou que essas fraudes não começaram agora, mas terminaram neste governo (na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva), que propôs medidas para proteger os beneficiados. O ministro ressaltou que a orientação é que todos sejam investigados e devidamente punidos, quando for o caso.

— Foi o presidente Lula que mandou chamar a polícia, que deflagrou a operação, que desbaratou essa gangue que roubava os aposentados. Foi o nosso governo que pôs fim à farra e está tomando as providências para preservar os aposentados, para que nenhum deles seja prejudicado, e para punir exemplarmente cada uma e cada um daqueles, associações e pessoas físicas, ligados àquele momento tão terrível pelo qual passaram os nossos aposentados.

Senadores da oposição, como Eduardo Girão, observaram que as denúncias só começaram a ser apuradas pela Controladoria-Geral da União (CGU) após a veiculação das denúncias na imprensa, já em 2024. Eles citaram que, de acordo com a operação da Polícia Federal, com base em algumas provas, subornos a funcionários do INSS também ocorreram no atual governo. 

Esses senadores também questionaram uma emenda apresentada pelo ministro à Medida Provisória (MP) 1.006/2020, que permitiu a ampliação do prazo de um para três anos para a revalidação dos dados dos aposentados junto às associações, exigência que depois foi extinta pela Lei 14.438, de 2022. 

Segundo Wolney Queiroz, a apresentação dessa emenda se deu após manifestação do Conselho Nacional de Previdência Social, que pediu a extensão do prazo.

— Isso se deu com a assinatura do líder do PDT, do líder do PT, do líder do PSB, e estava embasada na justificativa de que estávamos em isolamento social, durante a pandemia, e então o Conselho Nacional de Previdência Social pediu que essa emenda fosse apresentada. Essa emenda nem sequer foi aprovada,  nem constou no texto.

Leia mais:  Marcio Bittar defende endurecimento da pena pelo crime de estupro

A operação da CGU e da Polícia Federal indica que houve desvio de pelo menos R$ 6 bilhões no INSS. 

Como será o ressarcimento?

O INSS informou que notificou 9,4 milhões de aposentados e pensionistas que tiveram descontos associativos nos últimos anos. Os beneficiários do INSS que tiveram valores descontados a pedido de entidades nos últimos cinco anos poderão verificar os valores e contestá-los — pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135. Essa orientação está valendo desde quarta-feira (14).

A partir do pedido de restituição feito pela vítima, as entidades envolvidas nos descontos serão intimadas e terão até 15 dias úteis para reunir as comprovações da regularidade do desconto ou fazer o ressarcimento (com a correção do IPCA). 

A entidade que realizou o desconto indevidamente deverá pagar o respectivo valor por meio de uma Guia de Recolhimento da União (GRU). 

O valor pago por meio da GRU cairá na conta do Tesouro e, após isso, o INSS deve ressarcir o segurado fazendo o pagamento em folha, na conta bancária em que o beneficiário recebe o benefício. Segundo o governo, não há prazo estabelecido para esse ressarcimento. 

Wolney Queiroz informou que R$ 2,5 bilhões, provenientes de recursos dessas entidades, já foram bloqueados para possibilitar o ressarcimento às vítimas. Ele também disse que o valor de bloqueio pode ser ampliado, já que as operações de investigação e apreensão ainda estão em curso.

De acordo com o ministro, cerca de 90% dos beneficiários do INSS se comunicam com o órgão apenas por aplicativo, o que permite a agilidade do processo de ressarcimento. 

Confira toda cobertura da audiência com o ministro aqui. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Leia mais:  Moro relaciona fraudes no INSS a mudanças aprovadas pelo governo

Fonte: Agência Senado

Comentários Facebook
Continue lendo

POLÍTICA NACIONAL

Modernização do Portal Dados Abertos amplia transparência do Senado

Publicado

Para aumentar as medidas de transparência e facilitar o acesso do cidadão a informações públicas da Casa, a Secretaria de Tecnologia da Informação do Senado (Prodasen) concluiu a modernização do Portal Dados Abertos. A página apresenta elementos sobre gestão de pessoal (remuneração, aposentadorias, número de servidores e orçamento da Casa), dados dos senadores (cotas para exercício parlamentar, imóveis funcionais e benefícios) e contratações (contratos firmados, aditivos, licitações).

Conforme a apresentação do portal, a disponibilização de informações administrativas e legislativas nesse formato representa uma administração pública inovadora e transparente. Para o Senado, a divulgação de dados aos cidadãos é fundamental e contribui para a solidez das políticas de participação social e também para a inovação tecnológica e para a integridade pública. Os dados abertos são assim chamados porque podem ser livremente acessados, utilizados e compartilhados pelo público. Segundo o portal de dados abertos do governo federal, todas as informações públicas têm vocação para serem divulgadas livremente. A medida de transparência vai no sentido do princípio constitucional da publicidade. 

Transparência

De acordo com o coordenador do grupo de trabalho dos Dados Abertos, Guilherme Brandão, o Portal de Dados Abertos do Senado é reconhecido como uma referência nacional em transparência e abertura de dados públicos. Brandão informa que o Senado disponibiliza informações em duas dimensões complementares: no Portal da Transparência, voltado para consultas simples e rápidas, e no Portal de Dados Abertos, no qual as mesmas informações são oferecidas em formato primário, pronto para reutilização em estudos, reportagens, aplicativos e outras iniciativas.

Brandão explica que, com esses dados, jornalistas, pesquisadores, estudantes e a sociedade em geral têm acesso a informações públicas confiáveis, o que fortalece a produção de conhecimento e o controle social. Ele acrescenta que o Senado mantém um Plano de Dados Abertos com o objetivo de ampliar continuamente o volume e a variedade dos conjuntos de dados disponíveis, além de melhorar sua catalogação, tornando a busca por informações mais ágil e precisa.

Leia mais:  Ministro da Previdência fala ao Senado sobre fraudes no INSS nesta quinta

— Esses portais refletem um compromisso permanente com a transparência, a abertura institucional e o fortalecimento da democracia, beneficiando toda a sociedade civil — afirma Brandão.

Na mesma linha, o diretor-executivo de Gestão do Senado, Márcio Tancredi, aponta a transparência como um ponto essencial para a administração pública. Ele afirma que a transparência fortalece a confiança da sociedade nas instituições, permite o controle social e previne irregularidades. No caso do Senado, registra Tancredi, a transparência assume relevância especial “dada a essência democrática da nossa Casa”.

— A divulgação de informações públicas atualizadas e integrais garante que os cidadãos possam acompanhar em tempo real a atuação parlamentar, fiscalizar a gestão dos recursos públicos e ainda participar das decisões políticas. Assim, a transparência no Senado promove uma administração mais ética, eficiente e democrática — declara.

Para Tancredi, o Portal da Transparência e o Portal de Dados Abertos se complementam na missão de oferecer informações úteis e confiáveis para a sociedade. O diretor também ressalta que o Portal do Senado cumpre uma função social primordial: garantir ao eleitor o acompanhamento do mandato eletivo. Para isso, disponibiliza informações claras, relevantes e oficiais sobre toda a atividade legislativa e administrativa do Senado. Segundo Tancredi, a modernização do Portal Dados Abertos foi um passo complementar importante nessa direção, pois proporcionou mais uma camada de informação: o dado em formato bruto.

— Com o Portal de Dados Abertos, as informações podem ser reutilizadas para estudos acadêmicos, matérias jornalísticas detalhadas e mesmo o desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras. São soluções que trazem transparência às ações do Senado e fortalecem a conexão dos eleitores com os seus representantes — afirma Tancredi.  

Modernização

O chefe do Serviço de Soluções para o Plenário, Marco Antônio Motta, enfatiza que a modernização do Portal Dados Abertos torna mais fácil o acesso do cidadão aos dados do Senado. Ele destaca que toda a parte da documentação que dá acesso aos serviços foi reformulada para utilizar um padrão mundial de documentação de serviços web (OpenAPI).

Leia mais:  Comissão debate obstáculos para a realização do Cadastro Ambiental Rural e do georreferenciamento dos imóveis

— O número de acessos [ao Portal do Senado] está na casa dos 5 milhões por dia, normalmente durante a semana — registra.

Motta explica que o novo sistema foi desenvolvido para superar limitações do antigo formato, modernizando o acesso às informações legislativas e preparando a plataforma para um volume crescente de acessos.

Algumas das principais melhorias, segundo Motta, são o novo conjunto de APIs (sigla em inglês para interface de programação de aplicações, mecanismos que permitem que dois componentes de software se comuniquem usando um conjunto de definições e protocolos), com recuperação otimizada de informações sobre proposições e tramitações legislativas, e as mudanças implementadas para tornar a documentação mais acessível e abrangente, o que facilita a pesquisa para usuários com menor conhecimento técnico. 

No portal também é possível encontrar links que direcionam para os projetos em tramitação e para informações sobre bancadas, comissões e legislação.

Motta destaca o banco de dados segregado, para evitar concorrência com os sistemas legislativos internos – como forma de dar mais segurança ao armazenamento da informação. Houve também uma reestruturação tecnológica para lidar com o crescimento exponencial de requisições, com melhorias nos processos de acesso e retorno de dados. Isso significa uma pesquisa de informações mais rápida e confiável.

— Atualmente, a pesquisa dos dados abertos legislativos busca oferecer a totalidade das informações relativas ao processo legislativo, dando publicidade praticamente em tempo real às informações produzidas e alimentadas nos sistemas que dão suporte ao processo legislativo — destaca.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Comentários Facebook
Continue lendo

Envie sua denúncia

Clique no botão abaixo e envie sua denuncia para nossa equipe de redação
Denuncie

DIAMANTINO

POLÍTICA MT

POLICIAL

MATO GROSSO

POLÍTICA NACIONAL

ESPORTES

Mais Lidas da Semana