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POLÍTICA NACIONAL

Conar defende atuação com governo para regular propaganda de bets

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Em reunião da CPI das Bets, nesta quinta-feira (8), o presidente do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), Sérgio Pompilio, defendeu a atuação conjunta entre o setor privado e público na regulamentação de propagandas irregulares sobre apostas. Segundo ele, a publicidade por meio de influenciadores digitais em redes sociais — um dos focos de investigação da CPI — é o maior desafio para a atuação do Conar, que até então era baseado em empresas. 

Pompilio explicou que a entidade privada trabalha em uma parceria com a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), órgão do governo federal que fiscaliza o setor, para se adaptar à nova realidade da comunicação digital e da liberação das apostas.

— Está em construção um “sistema de consequências” em que [os casos problemáticos identificados pelo Conar] vão gerar uma lista para a secretaria, que tem o poder de polícia, para que outras medidas sejam tomadas. Muito provavelmente, a consequência, além da multa, será a suspensão da autorização [da empresa de aposta] — disse.

Em resposta à relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), Pompilio afirmou que “não existe ainda um sistema de consequências fechado e alinhado” com a SPA para coibir abusos dos influenciadores na divulgação de bets. As regras para publicidade no setor se baseiam na Lei 14.790, de 2023, e na Portaria 1.231, de julho de 2024, do Ministério da Fazenda. Entre as vedações está, por exemplo, fazer promessas de ganhos falsos ou incentivar o público infantil.

Já o Conar é um órgão privado sem fins lucrativos de autorregulação — em que os agentes do setor privado se submetem às suas normas e à suas decisões. Pompilio explicou que o julgamento da organização é sobre peças publicitárias (que podem ser mantidas, alteradas ou suspensas), e não sobre o agente, por exemplo, com uso de multas.

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O depoimento atendeu a requerimento do senador Izalci Lucas (PL-DF), que presidiu a reunião (REQ 116/2024 – CPI das Bets). Segundo Izalci, alguns especialistas consideram a atuação do Conar “ineficaz para coibir a publicidade abusiva de apostas”, mesmo com a elaboração em 2023 de um anexo específico no código do Conar para o setor de apostas.

Izalci ainda informou que foi adiado o depoimento do influenciador digital Luiz Ricardo Melquiades, conhecido como Rico Melquiades, que ocorreria na mesma reunião.

Proibição

Os senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Damares Alves (Republicanos-DF) afirmaram que são contrários à propaganda no setor de apostas. Damares é relatora do Projeto de Lei (PL) 3.563/2024 que trata do tema, e apresentou uma versão em que veda publicidade para bets.

— Foi um voto muito duro. Lamento que agora uma criança, para comprar uma camisa de um time, tem que divulgar uma bet. Que vergonha! Vergonha ter que assistir a um futebol e ter que ficar vendo o nome “bets”, “bets”, “bets”…

Na avaliação de Pompilio, as propagandas, quando reguladas, têm a vantagem de deixar claro ao público quais as empresas autorizadas pelo governo federal, em detrimento das ilegais.

— O caminho de um eventual proibição completa pode gerar muito mais confusão e prejuízos, porque você deixa um campo aberto às escuras para quem quiser atuar de uma maneira ilegal. Oitenta por cento das reclamações que nós recebemos, sejam de consumidor, sejam de outras bets, são sobre bets não autorizadas. Esse é o problema.

O setor de apostas passa por uma abertura desde 2018 com a Lei 13.756, cuja regulamentação elaborada pelo Poder Executivo só foi efetivamente implementada em janeiro de 2025, após fase de transição em 2024. 

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Influenciadores

Pompilio afirmou que os influenciadores digitais têm papel crítico na dificuldade do Conar de gerenciar propagandas. Segundo o convidado, pela legislação, anúncios feitos por influenciadores estão no âmbito do Conar. No entanto, é preciso “ampliar o ecossistema” para tornar a regulação efetiva.

Como solução, Pompilio afirmou que o Conar busca realizar “treinamento ético” com influenciadores, conceder “credenciamentos” e torná-los conscientes dos deveres e punições previstas na lei.

— Quando tivermos esse arcabouço bem estruturado, vai ser fácil para uma bet saber quem são os influenciadores que passaram por um treinamento ético, que sabem do sistema de consequência. Se eles não estiverem respeitando essas regras, eles pura e simplesmente não serão contratados [pela bet]. Se o influenciador entender que ele está praticando uma publicidade de uma bet não autorizada, a consequência imediata é que ele não será mais contratado por aquelas marcas que querem um profissional que trabalhe com as regras de publicidade responsável.

O representante do Conar ainda explicou que o órgão utiliza uma plataforma contratada que utiliza inteligência artificial para “monitorar toda a publicidade existente”. Enquanto o “sistema de consequências” com a SPA não está operacional, a atuação do Conar se restringe aos agentes privados que já se submetem a eles, o que inclui as redes sociais.

— Nós seremos aptos a pedir para o anunciante retirar [uma propaganda que infringe a lei]. Se não retirar, pedir para o influenciador. Se [o influenciador] não retirar, a plataforma tem que retirar. São casos muito específicos hoje em que a Google ou meta não cumpre. [Quanto às bets ilegais] eu não tenho como controlar uma empresa que foi criada no continente asiático, mas […] chegam ao adolescente.

A CPI já recebeu 15 requerimentos de depoimentos ou envio de informações bancárias e fiscais relacionados a influenciadores digitais. 

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Fim da CPI

Na reunião, a senadora Soraya Thronicke reclamou da prorrogação de apenas 45 dias para o funcionamento da CPI (cujo término ocorrerá em junho), em vez de 130 dias como esperava. Ela disse que não foi informada do prazo acordado entre as lideranças. A relatora criticou o que considera obstáculos para o andamento dos trabalho do colegiado, como a constante ausência de senadores e a consequente “dificuldade de quórum” para deliberações, além de depoimentos “que não aconteceram”.

A relatora ainda apoiou o pedido de Girão para que o lobista, empresário e advogado Silvio Assis seja ouvido pela CPI. O senador mencionou reportagem de dezembro de 2024 segundo a qual Silvio Assis teria “extorquido empresários do setor de apostas utilizando a CPI como ferramenta de pressão”. 

— A engrenagem desse suposto esquema consistiria no fato de que parlamentares, que não diretamente envolvidos na extorsão, apresentariam requerimento de convocação de empresários para depor na CPI. Em seguida, um conhecido lobista de Brasília, identificado como Silvio Assis, com suposta influência sobre congressistas, abordaria os empresários, oferecendo-lhes “soluções” para evitar o “constrangimento” mediante o pagamento de quantias vultosas. A revista Veja trouxe graves denúncias — disse Girão.

Soraya, que é citada na matéria como “ligada a Silvio Assis”, afirmou que é vítima de calúnia e difamação. Ela sugeriu uma reunião para o colegiado ouvir a ela, Silvio Assis e o senador Ciro Nogueria (PP-PI), também citado na matéria como denunciador do suposto esquema à Mesa do Senado.

— Eu gostaria de uma acareação entre mim, o senador Ciro e o próprio senhor Silvio. Ele [Silvio Assis] está pedindo para vir e não o deixam. Por quê? Porque ele tem também o que contar — disse Soraya.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

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POLÍTICA NACIONAL

Projeto disciplina o fornecimento de medicamentos fora da lista do SUS

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O Projeto de Lei Complementar (PLP) 168/24, em análise na Câmara dos Deputados, disciplina o acesso de pacientes de doenças raras ou crônicas de alto custo a medicamentos e produtos fora da lista do Sistema Único de Saúde (SUS).

Pelo texto, a concessão judicial de itens ainda não incorporados pelo sistema de saúde dependerá da demonstração concomitante dos seguintes requisitos:

  • comprovação da necessidade do tratamento por meio de laudo médico, preferencialmente do profissional que assiste o paciente;
  • inexistência do produto na lista do SUS ou ineficiência do similar fornecido;
  • comprovação da incapacidade financeira do paciente para adquirir o medicamento.

Uma vez satisfeitos todos os requisitos, caberá ao Poder Judiciário oficiar aos órgãos competentes para avaliarem a possibilidade de sua incorporação no SUS. O projeto prevê ainda a responsabilidade solidária de todos os governos (federal, estaduais e municipais) no fornecimento judicial de medicamentos.

Resposta
A deputada Rosangela Moro (União-SP), autora do projeto, afirma que o texto é uma resposta à preocupação dos pacientes com o acesso a tratamentos essenciais e a demora na judicialização de medicamentos não incorporados.

“Esse é apenas um, dentre vários exemplos, de que a sociedade clama pela ampliação de políticas públicas para o segmento da saúde”, disse Moro.

Atualmente, a porta de entrada para novos medicamentos no SUS é a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), um órgão do Ministério da Saúde que elabora e atualiza a lista dos itens a serem fornecidos.

Decisão
No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu uma jurisprudência para a concessão judicial de medicamentos não incorporados.

O tribunal definiu, como regra geral, que o juiz só pode determinar o fornecimento do medicamento excepcionalmente, independentemente do custo. Nesse caso, o autor da ação judicial deve comprovar, entre outros requisitos, que não tem recursos para comprar o produto, que ele não tem substituto no SUS e que sua eficácia está baseada em evidências científicas.

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 Próximos passos
O projeto será analisado pelas comissões de Saúde; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), e pelo Plenário.

Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Marcia Becker

Fonte: Câmara dos Deputados

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POLÍTICA NACIONAL

Proposta endurece penalidade para propaganda institucional durante eleição

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O Projeto de Lei 4355/24, da deputada Dayany Bittencourt (União-CE), classifica como atos de improbidade administrativa a publicidade institucional e os pronunciamentos oficiais nos três meses anteriores à eleição. Ficam permitidas a comunicação relacionada a emergências de saúde pública, comoções internas, calamidades públicas e decretação de estado de defesa, de estado de sítio ou guerra.

A proposta altera a Lei das Eleições e a Lei de Improbidade Administrativa. O texto está em análise na Câmara dos Deputados. A Lei de Improbidade Administrativa prevê punições como a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos até 14 anos.

Segundo Bittencourt, a publicidade institucional pode, em ano eleitoral, afetar a imparcialidade das eleições. “Ao divulgar atos, programas, obras e serviços nos meses que antecedem o pleito, há o risco de que se promova indevidamente uma percepção positiva da administração, desequilibrando a disputa eleitoral”, disse.

Na proposta, ela explica que a comunicação institucional nesse períoo deve ser limitada ao que é absolutamente indispensável, “de modo a proteger a moralidade administrativa e evitar o uso abusivo de publicidade como ferramenta eleitoral”.

Próximos passos
A proposta será analisada pelas comissões de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em seguida, irá ao Plenário.

Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Rachel Librelon

Fonte: Câmara dos Deputados

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