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EDUCAÇÃO

Governo Federal regulamenta Propag com investimentos em educação

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O Governo Federal anunciou, na segunda-feira, 14 de abril, os atos normativos para a regulamentação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que estabelece uma nova política de renegociação das dívidas estaduais com a União. Um dos principais pilares do programa é a vinculação de até 60% dos juros da dívida a investimentos em educação profissional e tecnológica integrada ao ensino médio. Com a regulamentação, todos os estados mesmo sem dívidas com a União podem aderir ao Programa, até 31 de dezembro deste ano. 

Nova lógica Segundo cálculos do Tesouro Nacional, as dívidas estaduais somam mais de R$ 820 bilhões, sendo que mais de 90% do total se refere a cinco unidades federativas: São Paulo (R$ 291,7 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 178,5 bilhões), Minas Gerais (R$ 164,1 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 101,6 bilhões) e Goiás (R$ 19,0 bilhões). 

Diferentemente do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o Propag oferece uma nova lógica para o reequilíbrio financeiro dos estados. A taxa de reajuste da dívida, que hoje é de IPCA + 4% (CAM + 4%) ao ano, passa a ser IPCA + juros reais entre 0% e 2%. Além de desconto nos juros, o pagamento pode ser feito com prazo de até 30 anos (360 parcelas). Os estados também podem quitar até 20% do saldo devedor de suas dívidas pela transferência de bens móveis ou imóveis, participações societárias, créditos com o setor privado e outros ativos para a União. 

Em contrapartida, os estados devem fazer uma aplicação anual de 1% a 2% do saldo devedor no Fundo de Equalização Federativa (FEF), para redistribuição entre todos os estados, e entre 0,5% e 2% do saldo devedor no próprio estado em ações de expansão de ensino profissionalizante, investimentos em infraestrutura, segurança pública, incremento da produtividade e enfrentamento das mudanças climáticas. Vale destacar que o Propag não é um programa destinado apenas aos quatro principais devedores da União, mas ao país todo.  

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Utilidade pública Outro ponto importante é que o Propag não trata somente da questão da dívida entre União e estados, mas visa gerar utilidade pública para as pessoas, de forma a induzir os estados a usarem parte do dinheiro que pagariam à União para investir em educação, por exemplo. 

Com o Propag, a União seguirá recebendo o seu principal e, eventualmente, juros adicionais, mas parte dos encargos deve ser revertida para a educação, com destaque para o ensino médio profissionalizante. Hoje, apenas 15% a 17% dos estudantes do ensino médio no Brasil estão matriculados em trilhas com formação profissional bem abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de aproximadamente 40%. Além disso, diversos estudos mostram que o ensino técnico tem impacto direto na geração de renda, na redução da pobreza e na emancipação dos jovens. A meta do Programa é colocar o Brasil no mesmo patamar das nações desenvolvidas em até seis anos, por meio de uma forte expansão do ensino técnico articulado ao ensino médio. 

Infraestrutura e segurança Os estados contarão com flexibilidade para fazer escolhas das áreas dentro do rol que inclui, infraestrutura e segurança pública, mas devem levar em consideração que a educação profissional é uma prioridade.  

Os outros 40% dos recursos vinculados ao Propag tanto os aplicados diretamente pelos estados quanto os repassados pelo FEF serão obrigatoriamente investidos em áreas como saneamento, habitação social, infraestrutura urbana, mobilidade e segurança pública. 

Os estados podem, por exemplo, destinar recursos para compra de equipamentos para a polícia, instalação de sistemas de monitoramento, renovação de frota e modernização da segurança. Também será possível investir em infraestrutura para universidades, enfrentamento de mudanças climáticas e habitação popular.  

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Benefício para os estados O exemplo de Roraima foi citado na coletiva, que não está entre os mais endividados, e receberá, em recursos para a educação, o equivalente a quase 15 vezes o que investiu em 2024 na área. O impacto que isso pode gerar na infraestrutura e na disponibilização de vagas, tanto em quantidade quanto em qualidade, é um salto para um estado que demanda, de fato, que tem uma série de carências inegáveis e, portanto, vai ter um suporte muito importante. Além disso, Roraima pode dobrar os seus investimentos em segurança pública, com a compra de equipamentos, viaturas e novos sistemas. 

Outro exemplo é o Piauí que, mesmo sem ter dívida contratual com a União, pode aderir ao Propag para acessar os recursos do Fundo Federativo, já que mesmo os estados que não devem à União terão de aplicar os recursos com a mesma lógica — 60% para expansão da educação técnica e 40% para investimentos sociais.  

Novo pacto federativo O Propag é também instrumento de reconstrução do pacto federativo, pois permite que cada estado escolha como participar do Programa, seja contribuindo mais para o fundo e amortizando menos, ou o contrário. Estados como Minas Gerais e Rio de Janeiro podem buscar caminhos específicos de adesão. Já São Paulo tem uma previsão de R$ 10 bilhões por ano para investimentos em recursos vinculados aos juros da dívida renegociada. 

PropagO Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados foi elaborado a partir do diálogo dos governadores, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, sempre com uma visão sensível ao federalismo brasileiro. O Propag tem como objetivo o refinanciamento das dívidas estaduais com a União, incluindo aquelas firmadas no âmbito das Leis nº 8.727/1993 e 9.496/1997, das Leis Complementares nº 159/2017, 178/2021 e 201/2023, e da Medida Provisória nº 2.192-70/2001.  

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Conheça mais sobre o Programa: 

Condições de pagamento: prevê descontos nos juros e parcelamento do saldo das dívidas em até 360 meses (30 anos), com possibilidade de amortizações extraordinárias e redução dos valores das parcelas nos primeiros cinco anos.  

Taxa de juros: o Programa substitui a antiga taxa de IPCA + 4% (CAM + 4%) por IPCA + juros reais entre 0% e 2%. 

Divisão da aplicação da economia com juros: aplicação anual de 1% a 2% do saldo devedor no Fundo de Equalização Federativa (FEF), para redistribuição entre todos os estados, e entre 0,5% e 2% do saldo devedor no próprio Estado, em áreas sociais prioritárias. 

Distribuição dos investimentos: 60% dos recursos obrigatoriamente investidos em educação técnica profissionalizante integrada ao ensino médio; e 40% destinados a áreas como segurança pública, habitação social, mobilidade, infraestrutura e meio ambiente. 

Transferência de ativos: os estados podem quitar parte das dívidas, transferindo bens móveis ou imóveis, participações societárias, créditos com o setor privado e outros ativos para a União.  

Fundo de Equalização Federativa: criação de um fundo destinado a compensar os estados em boa situação fiscal, promovendo maior equilíbrio entre as unidades federativas.  

Adesão voluntária: todos os estados podem aderir ao Propag. A adesão deve ser feita até 31 de dezembro de 2025. 

Flexibilidade na entrada: os estados escolhem se querem amortizar parte da dívida ou apenas contribuir para o fundo, desde que cumpram as contrapartidas sociais. 

Transparência e controle: o uso dos recursos será monitorado por órgãos federais e acompanhado por relatórios periódicos de execução, garantindo a boa aplicação dos investimentos. 

Assessoria de Comunicação do MEC, com informações do Ministério da Fazenda 

Fonte: Ministério da Educação

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EDUCAÇÃO

Prazo para solicitar isenção da taxa termina nesta sexta (25)

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Os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 têm até as 23h59 (horário de Brasília) de sexta-feira, 25 de abril, para solicitar a isenção da taxa de inscrição e justificar ausência na edição de 2024. Os interessados devem realizar os procedimentos pela Página do Participante, com o login único do Gov.br. 

Quem não lembrar a senha da conta poderá recuperá-la seguindo as orientações da própria plataforma. O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) preveem gratuidade para pessoas que se enquadram nos seguintes perfis: 

  • Matriculados na 3ª série do ensino médio (neste ano de 2025), em escola pública. 

  • Quem fez todo o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral em escola privada. 

  • Pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica por serem de família de baixa renda – com registro no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). 

Os participantes do programa Pé-de-Meia, do MEC, também se enquadram nos requisitos para isenção da taxa de inscrição. 

Justificativa de ausência – Quem não compareceu aos dois dias de Enem em 2024 precisa justificar a ausência caso queira participar da edição de 2025 gratuitamente. O resultado da solicitação de isenção será divulgado no dia 12 de maio. O período de recursos para quem tiver o pedido negado será de 12 a 16 de maio. 

  • A aprovação dos procedimentos não garante a participação no exame. Os interessados devem realizar a inscrição posteriormente, na Página do Participante. 

Confira o cronograma abaixo: 

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  • Solicitação de isenção da taxa/Justificativa de ausência:14 a 25 de abril 

  • Resultado das solicitações de isenção da taxa/Justificativa de ausência:12 de maio 

  • Período de recursos:12 a 16 de maio 

  • Resultado dos recursos:22 de maio 

Enem – O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Ao longo de mais de duas décadas de existência, o Enem tornou-se a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni). 

Instituições de ensino públicas e privadas utilizam o Enem para selecionar estudantes. Os resultados são utilizados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o proporcionado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). 

 Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações do Inep 

Fonte: Ministério da Educação

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UFF cria bateria que pode transformar mercado de energia

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A Universidade Federal Fluminense (UFF), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), desenvolveu uma alternativa às baterias de íon-lítio. Apesar de terem revolucionado a área da eletrônica e da mobilidade elétrica, elas ainda apresentam desafios como alto custo de produção e impactos ambientais. Por esse motivo, um grupo de pesquisadores da UFF está estudando uma nova bateria baseada em polímeros fluorados, que oferecem maior eficiência e menor custo.  

Coordenado pelo professor Samuel Bertolini, do Instituto de Física da UFF, o projeto tem como foco uma mistura de poliacrilonitrila (PAN) com teflon, o PANfon. Trata-se de um composto conhecido pela resistência química e utilizado em revestimentos antiaderentes. A proposta já foi patenteada. 

Tecnologia Diferentemente das baterias de íon-lítio tradicionais, que utilizam materiais como óxidos de cobalto, a tecnologia desenvolvida na UFF emprega flúor como material ativo do cátodo, ou seja, o flúor atua como componente fundamental na liberação e armazenamento de energia, tornando o desempenho mais eficiente.   

O professor Samuel Bertolini explica que essa aplicação é inédita na ciência dos materiais. “A bateria é completamente diferente de todas as outras. Eu diria que seria uma nova família. Não tem ninguém que eu saiba que faz nada próximo, parecido ou semelhante. Enviei amostras para um professor na China e ele achou que eu estava trabalhando com enxofre. Ele nunca tinha visto algo assim com flúor”, destacou. 

A grande vantagem dessa abordagem está na capacidade de armazenamento de energia. “Enquanto uma bateria comercial de íon-lítio tem capacidade em torno de 140 miliampere-hora por grama (mAh/g), a que desenvolvemos, após começar com apenas 30 mAh/g, cresceu exponencialmente ao longo dos ciclos de carga e descarga. Hoje, o desempenho já ultrapassa 1000 mAh/g, oito vezes mais do que as baterias comerciais“, explica Bertolini. Segundo o coordenador, os resultados são promissores e o próximo passo é contextualizar os motivos que levam a esse crescimento da capacidade. 

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Impacto Além da melhor capacidade de funcionamento, o custo de produção dessa nova bateria é significativamente menor do que o das baterias de íon-lítio tradicionais. Isso pode torná-la mais acessível para diversas aplicações, desde eletrônicos até veículos elétricos. Além disso, a tecnologia não se restringe ao lítio. Segundo o professor, ela poderá ser aplicada também a baterias de sódio e magnésio, que são alternativas mais abundantes e baratas. “Usaremos sódio e magnésio em testes; .c Com certeza deverá funcionar. Essa adaptação pode ser grande nos estudos de armazenamento de energia, pois torna as baterias mais baratas, sustentáveis e eficientes”, explica. 

O projeto levou à criação de um laboratório de energias renováveis, um passo importante para consolidar a UFF como referência na área. “Isso pode impulsionar novas pesquisas, atrair estudantes e criar um polo de inovação dentro da universidade. Estamos abrindo portas para futuras descobertas”, ressalta Bertolini. O professor destaca que a pesquisa já tem uma patente aprovada e está em processo de proteção internacional, com planos de registro na China, na Europa, nos Estados Unidos, no Japão e no Vietnã. A ideia é avançar nas etapas da pesquisa, a fim decom o objetivo de, futuramente, buscar investidores para comercializar a tecnologia. 

“A ideia futura é publicar um artigo científico de alto impacto e, a partir disso, enviar propostas para empresas interessadas. Acredito que há grande potencial de venda da patente. Estamos ainda consolidando o método de produção e progredindo de maneira conservadora, mas penso que exista potencial tecnológico”, afirma Bertolini. 

Caso tudo ocorra conforme o esperado, a nova bateria poderá se tornar um marco na história das energias renováveis. AO alto desempenho, menor custo e possibilidade de aplicação em diferentes tipos de baterias a tornam uma alternativa promissora para um futuro mais sustentável e tecnológico.  

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Este conteúdo é uma produção da Unifesp, com apoio da Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC) 

Fonte: Ministério da Educação

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