Levantamento da Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (CEAC) da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) aponta que dos 44 homicídios dolosos registrados contra vítimas femininas em Mato Grosso, no período de janeiro a junho deste ano, 21 deles foram identificados como feminicídios. Os dados são compilados com base no Sistema de Registro de Ocorrências Policiais (SROP) e informações fornecidas por unidades da Polícia Judiciária Civil (PJC-MT).
Em comparação com o mesmo período de 2018, a redução foi de 16% – no primeiro semestre do ano passado foram registrados 25 casos de feminicídio. As ocorrências de feminicídios correspondem a 48% das mortes registradas de vítimas femininas no estado.
Os números são prévios e podem ter alterações, em função do andamento dos inquéritos policiais, cujas informações são repassadas pelas unidades da PJC e resultam de acompanhamento contínuo. Os dados são atualizados trimestralmente pela CEAC, em virtude da complexidade do tema.
O feminicídio é o homicídio praticado contra vítima feminina pela condição dela como mulher (misoginia e menosprezo pela condição feminina ou discriminação de gênero) ou em decorrência de violência doméstica. A lei 13.104/15, mais conhecida como Lei do Feminicídio, alterou o Código Penal brasileiro e incluiu o feminicídio como qualificador do crime de homicídio, o que amplia a pena para esse tipo de crime, que vai de 12 a 30 anos de reclusão.
A lei 13.104/15 não enquadra, indiscriminadamente, as mortes de mulheres como um ato de feminicídio.
Homicídios contra mulheres
O levantamento de homicídios contra vítimas femininas realizado pela Coordenadoria de Estatística da Sesp engloba ainda municípios, motivação criminal, local do fato e meio empregado e faixa etária.
Foram registradas mortes de mulheres em 23 cidades de Mato Grosso. Sorriso teve o maior número (3), seguida de Arenápolis, Cáceres, Cuiabá, Juara, Lucas do Rio Verde, Nobres, Peixoto de Azevedo, Poconé, Primavera do Leste, Rondonópolis, Sapezal e Várzea Grande, todos com dois registros em cada uma das cidades.
As faixas etárias com mais registro de homicídios femininos são dos 18 aos 24 anos e de 36 a 45 anos, sendo nove mortes em cada faixa.
Já o meio mais empregado nas mortes foi arma de fogo, em 39% das ocorrências, seguido de 30% com uso de armas cortantes ou perfurantes.
Em 32% dos homicídios dolosos, a motivação foi passional, 20% estão relacionados a drogas e 34% o motivo ainda é apurado.
Em relação aos dias da semana, o período com mais ocorrências vai de quarta a sábado, sendo a sexta-feira o dia com mais registros (9).
Ajuda
As mulheres que precisam de auxílio podem recorrer ao Disque 180, e às Delegacias Especializadas de Defesa da Mulher ou em qualquer delegacia do município que reside. Em Cuiabá, a DEDM está localizada na Rua Joaquim Murtinho, nº 789, Centro Sul.
Há ainda o Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem) da Defensoria Pública de Mato Grosso, que atende pelo telefone (65) 3613-8204 e o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso: (65) 3613-9934.
O Governo do Estado, por meio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), alcançou mais de 50 mil pessoas em 25 municípios durante as 363 ações educativas realizadas ao longo do primeiro semestre de 2025 em prol de um trânsito mais seguro em Mato Grosso.
Um dos destaques do semestre foi a Campanha Maio Amarelo, que atingiu 33.823 pessoas com diversas ações no estado durante todo o mês de maio.
Além disso, de janeiro a junho, foram 12.337 atendimentos nas 201 palestras com orientações sobre diversos temas relacionados ao trânsito, dentro do Projeto de Ações Educativas de Trânsito nas Escolas, envolvendo alunos, professores, pais e responsáveis em escolas públicas e privadas do Estado.
A Coordenadoria de Ações Educativas de Trânsito também atendeu 3.536 pessoas pelo Projeto Ações Integradas, com parceria das demais forças de segurança pública e sociedade civil, sendo mais 4.801 atendimentos com apoio também das Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans) no interior.
Foram realizados 38 Pit Stop educativo, abordando condutores, pedestres com mensagens reforçando temas como normas de trânsito e condutas seguras para trafegar nas vias; além de 87 abordagens a cidadãos; 15 edições do projeto Amigo da Rodada em bares e restaurantes, levando informações sobre as consequências de dirigir sob efeito de álcool e 10 visitas técnicas.
As ações aconteceram nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Alta Floresta, Alto Garças, Barra do Garças, Cáceres, Canarana, Chapada dos Guimarães, Jaciara, Jauru, Juína, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Pontes e Lacerda, Porto Esperidião, Primavera do Leste, Reserva do Cabaçal, Rondonópolis, Salto do Céu, Santa Rita do Trivellato, São Félix do Araguaia, Sinop, Sorriso, Tabaporã e Tangará da Serra.
Segundo a coordenadora de Ações Educativas do Detran, Gresiella Almeida, o saldo do 1º semestre reflete o comprometimento das equipes e o fortalecimento das parcerias institucionais na construção de uma cultura de paz no trânsito.
“Mais que números, cada pessoa alcançada representa uma oportunidade de transformar comportamentos e salvar vidas. As ações educativas promovidas pelo Detran estão cada vez mais próximas da população, levando informação de forma acessível, acolhedora e estratégica. Seguimos firmes no propósito de formar cidadãos mais conscientes e responsáveis no trânsito em todo o território mato-grossense”, enfatizou.
A Diretora de Educação e Fiscalização de Trânsito do Detran, Adriana Carnevale, destacou que os resultados do primeiro semestre reforçam a importância da educação como ferramenta estratégica de transformação no trânsito.
“Cada ação realizada, cada abordagem feita, é uma semente plantada na construção de uma convivência mais segura e respeitosa nas vias. Nosso compromisso é contínuo para garantir que a população mato-grossense seja cada vez mais orientada, consciente e protagonista na preservação de vidas. A educação é o caminho para um trânsito mais humano e responsável, e seguimos firmes nesse propósito”, disse.
O presidente do Detran, Gustavo Vasconcelos, reforça que uma das prioridades da atual gestão é atuar na prevenção aos sinistros de trânsito, e a educação é um pilar essencial nesse processo de construção de um trânsito mais seguro em Mato Grosso.
A equipe técnica do programa Saúde Digital MT, executado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), realizou, de terça a quinta-feira (8 a 10.7), no Escritório Regional de Saúde (ERS) de Barra do Garças, uma capacitação para os dez municípios que compõem a região Garças Araguaia e para os profissionais de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante (Dsei Xavante).
O programa oferta 42 especialidades médicas em seu ambulatório nas modalidades de teleconsultoria, teletriagem, teleinterconsulta, teleconsulta e telemonitoramento, e sete serviços de telediagnósticos, sendo eles: tele-estomatologia, tele-ECG, telerretinografia, tele-espiroometria, teledermatologia, teleraio-X e exames point of care (aparelhos que fornecem resultado imediato).
Segundo o assessor das políticas de Saúde Digital da SES, Diógenes Marcondes, a Secretaria já capacitou 43 municípios desde maio e, até o final de julho, serão treinados os profissionais de mais 36 cidades.
“Todos os 142 municípios de Mato Grosso estarão aptos no final de setembro para a utilização das funcionalidades do Saúde Digital MT, que permite que especialistas, mesmo a centenas de quilômetros de distância, realizem consultas e emitam diagnósticos. Isso vai significar um avanço muito grande para a assistência de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, explicou.
De acordo com a gestora de Saúde Digital MT, Vânia Berti, que coordenou a capacitação, os profissionais ficaram agradecidos de aprenderem a usar a ferramenta que trará tantos benefícios aos pacientes do interior do Estado e da zona rural.
“Eles vislumbraram uma oportunidade gigante para melhorar a Saúde Pública, principalmente em lugares mais remotos e com poucos recursos”, contou.
Vânia disse que foram três dias intensos de muito aprendizado e debate, e que está sendo muito gratificante levar essas facilidades de acesso à saúde a diversas regiões de Mato Grosso.
“Poder ouvir os depoimentos desses profissionais sobre as dificuldades enfrentadas e, na sequência, ver o brilho nos olhos deles com esperança de dias melhores, pois agora conseguirão ofertar saúde pública de qualidade a esses cidadãos que já sofreram tanto para ter acesso a um atendimento especializado”, acrescentou.
Na terça-feira (8), o treinamento foi voltado a 34 profissionais de saúde do Dsei Xavante. “No início estavam um pouco assustados com a tecnologia, mas no decorrer da capacitação, quando perceberam a quantidade de ofertas que disponibilizamos e o quanto a Saúde Digital pode melhorar a saúde indígena, ficaram animados para iniciar a utilização. Depois, eles relataram que o sistema é bem intuitivo e conseguirão manusear com facilidade”, explicou.
Na quarta-feira (9), foram capacitados os profissionais da Atenção Primária à Saúde dos municípios. A equipe do programa Saúde Digital MT apresentou todas as ofertas do portfólio e a maneira de solicitar o uso para começar os atendimentos dos pacientes.
Os coordenadores de Atenção Primária à Saúde dos dez municípios aprenderam a utilizar o “Perfil Admin”, onde poderão cadastrar os servidores e acompanhar todos os atendimentos realizados, podendo ter indicadores como quantidade e qualidade do serviço e o tempo utilizado por cada profissional.
Foram capacitados profissionais de Araguaiana, Barra do Garças, Campinápolis, General Carneiro, Novo São Joaquim, Nova Xavantina, Pontal do Araguaia, Ponte Branca, Ribeirãozinho e Torixoréu.
Saiba mais sobre o programa
O programa Saúde Digital MT realizou 459.378 telediagnósticos, 2.968 teleconsultorias e 10.159 teleinterconsultas entre 2018 e junho de 2025, pelo SUS.
Os atendimentos possibilitaram uma economia estimada em aproximadamente R$ 251 milhões aos cofres públicos. Além disso, os pacientes atendidos pelo programa pouparam um deslocamento de cerca de 273 milhões de quilômetros por meio da assistência digital, o que possibilita mais comodidade ao usuário.
Na teleconsultoria, os profissionais da Atenção Primária podem sanar dúvidas com médicos especialistas via mensagem de texto e a teleinterconsulta é uma modalidade de consulta triangulada por vídeo, em que o paciente é atendido virtualmente pelo médico especialista, tendo um profissional da Unidade Básica de Saúde como mediador.