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PEC que põe fim ao voto secreto nas deliberações está apto para ser votado

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Foto: JLSIQUEIRA / ALMT

O fim do voto secreto nas deliberações plenárias está apto para ser votado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O Projeto de Emenda Constitucional nº 2/2019 (PEC 2/2019 ), de autoria do deputado Paulo Araújo (PP), já está aprovado, desde o início do mês de maio, pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). A expectativa é que a matéria retorne à pauta de votação no início do segundo semestre de 2019.

Na CCJR, o PEC recebeu parecer favorável do relator deputado Lúdio Cabral (PT). No Brasil, em pelo menos seis Assembleias Legislativas e mais a Câmara Legislativa do Distrito Federal já proíbem o voto secreto em suas deliberações em Plenário.

Atualmente, a Constituição do Estado de Mato Grosso – aprovada em 1989 – define, por exemplo, que os deputados devem se posicionar pelo voto secreto na aprovação dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), dirigentes das agências reguladoras, na cassação de mandato de deputado, na apreciação de vetos do governador e na eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

O deputado Paulo Araújo (PP), autor do PEC 2/2019, disse que a proposta segue tramitação normal no Legislativo estadual e tem apoio da grande maioria dos parlamentares. Segundo ele, a proposta não deve enfrentar resistência em plenário e, por isso, de deve ser aprovada em breve.

“Se não me engano, o PEC foi assinado por 18 ou 20 parlamentares. Não tenho dúvidas que será aprovado. Acredito que, em Plenário, a proposta terá apoio de todos os deputados, porque é um projeto do Parlamento e não do Paulo Araújo. É uma demanda das ruas. A Câmara Municipal de Cuiabá já segue essa regra. Não tem porque o voto ser secreto”, explicou Paulo Araújo.

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No PEC há pontos considerados polêmicos, e com o voto aberto, cada um dos parlamentares passa a expor sua opinião sobre a escolha, por exemplo, de Conselheiro do Tribunal de Contas e na votação de vetos feitos pelo governador do Estado.

“Aqueles que assinaram a proposta e que votaram a favor, serão favoráveis às mudanças elencadas no PEC- que está em tramitação na Assembleia. Caso seja aprovado, os votos deixam de ser secretos e passam a ser votos abertos”, disse Paulo Araújo.

Entre as sete mudanças sugeridas pelo parlamentar está, por exemplo, a do artigo 26 – de competência exclusiva da Assembleia Legislativa – em seu inciso XIX, definindo que aprovação do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) passará a ser feita por voto nominal, e não mais por voto secreto.

O deputado Lúdio Cabral (PT), relator do PEC na CCJR, disse que o fim do voto secreto dá transparência às ações parlamentares em Plenário, e com isso, permite a população a acompanhar o posicionamento de cada um dos deputados em questões que são de interesse público.

Ele citou, por exemplo, a votação de vetos que é secreto. “Os parlamentares votam, mas de forma secreta. A população não sabe como foi o voto de cada um dos deputados, a não ser que declare seu voto a favor ou contrário à proposta. São várias pautas que o Regimento Interno e a Constituição tratam como objeto de voto secreto”, destacou Cabral.

Lúdio Cabral disse ainda que “se der transparência às votações, permite-se a população acompanhar com mais rigor e transparência as ações parlamentares. Acredito que a proposta vai ser aprovada em Plenário. Na CCJR foi aprovada sem dificuldade, e o relatório será aprovado e depois encaminhado à comissão especial para discutir o mérito. Em Plenário, o PEC será aprovado”.

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Na mesma linha do colega de parlamento, o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Dilmar Dal Bosco (DEM), afirmou que é favorável ao PEC 2/2019 e que a proposta deve entrar na pauta ainda este ano. Segundo ele, apesar de a CCJR ter dado parecer favorável à matéria, o Plenário é soberano para rejeitar ou aprovar o parecer da Comissão de Constituição, mas acredita que o PEC seja aprovado.

De acordo com Dal Bosco, o PEC está na ordem de votação e têm vários projetos de emendas constitucionais na fila esperando a votação em Plenário. “Sou favorável ao PEC. Estamos votando matérias importantes e cada um declarando seu voto contra ou a favor. A sociedade quer saber quem vota contra ou a favor de determinada proposição”, disse Dal Bosco.

O deputado Valdir Barranco (PT) afirmou que tem uma posição definida quando se fala em matérias que dependem do voto secreto. “Os meus votos nunca são secretos. Sempre me manifesto antes de cada votação”. Mesmo diante dessa posição, Barranco disse que o voto secreto é uma conquista da democracia, e que foi instituído para preservar os parlamentares que tomam decisões contrárias, por exemplo, aos interesses do governo.

“O voto secreto é uma ferramenta e um instrumento da minoria e de quem está na oposição. Às vezes quer trabalhar pela aprovação de uma matéria, mas tem dificuldade quando a proposta tem que ser votada abertamente. Muitos não querem comprar essa briga direta com o Estado (União, Estados e Municípios). Por isso vou estudar com dedicação essa PEC do voto secreto”, explicou Barranco.

Outro deputado que se mostrou favorável a proposta é o deputado Faissal Calil (PV). Segundo o parlamentar, a proposta vem ao encontro dos anseios da população que busca por mais transparência dos agentes que ocupam cargos no Poder Público.

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“A população quer saber como cada deputado vota. Na Câmara Municipal de Cuiabá não existe mais voto secreto. Penso que o fim do voto secreto deveria fazer parte de todas as Assembleias Legislativas do país. Acredito que a proposta será aprovada em Plenário sem nenhum problema”, disse Calil.

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Audiência pública debate critérios de repasse do ICMS e Sefaz propõe ajustes para aliviar perdas nos municípios

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A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou, nesta quinta-feira (6), no Plenário das Deliberações Deputado Renê Barbour, audiência pública para debater os critérios de cálculo dos Índices de Participação dos Municípios no ICMS (IPM/ICMS), previstos na Lei Complementar 746/2022, consolidada até a Lei Complementar 811/2024.

O encontro teve como foco o impacto do critério “população” sobre os repasses destinados aos municípios, especialmente para Cuiabá.

A audiência foi proposta pelo deputado Faissal Calil (Cidadania), em parceria com a Câmara Municipal de Cuiabá, presidida pela vereadora Paula Calil (PL). O debate reuniu representantes da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MT), do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), das prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande, além de economistas.

O deputado afirmou que os efeitos da lei têm causado desequilíbrios significativos nos repasses, sobretudo para as grandes cidades.

“Esse é um reclame não só da Prefeitura de Cuiabá, mas também de municípios como Várzea Grande e Rondonópolis. Embora o valor nominal do repasse pareça semelhante, o percentual caiu muito. Cuiabá, que recebia cerca de 12%, hoje recebe 7%”, explicou.

Faissal destacou que a capital tem arcado com o atendimento regionalizado, principalmente na área da saúde, e assegurou que vai conclamar as lideranças para ajudar nessa força-tarefa.

“Cuiabá recebe pacientes de todo o estado, então a saúde não atende apenas cuiabanos, mas todo o povo mato-grossense. É preciso recompor urgentemente o orçamento do município. Precisamos ter mais políticos envolvidos para salvar o orçamento de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e outros municípios.”

Foto: Helder Faria

A vereadora Paula Calil, presidente da Câmara Municipal, também pediu a recomposição das perdas e defendeu a volta do critério populacional.

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“Cuiabá perde mais de R$ 140 milhões por ano. Isso impacta na saúde, na educação e na infraestrutura. O governo federal usa a população como parâmetro, e o governo estadual precisa corrigir esse desequilíbrio”, argumentou.

Paula lembrou que a Câmara mantém termo de cooperação com o Tribunal de Contas do Estado (TCE) para estudar os efeitos da legislação.

“Nós debatemos esse tema desde o início do ano e só uma nova lei poderá corrigir essa injustiça com os grandes municípios”, completou.

O secretário adjunto de Receita de Cuiabá, Thiago Semensato, reforçou que as mudanças nos critérios de cálculo provocaram perdas significativas aos grandes municípios.

“Com a eliminação do critério populacional e a redução do valor adicionado fiscal de 75% para 65%, cerca de 66% da população do estado passou a ser afetada. Sabemos que houve boa intenção na aprovação da lei, mas é hora de revisar os números com base na realidade atual”, afirmou.

Da mesma forma, a prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), defendeu a revisão dos critérios de repasse do ICMS e reafirmou a necessidade de uma força-tarefa para corrigir as distorções.

“Os números não mentem. Várzea Grande perdeu muito e enfrenta mais dificuldades porque nossa arrecadação própria ainda é pequena. Enquanto Cuiabá, por ser capital, concentra muitos serviços, nós lidamos com uma população em grande parte em situação de vulnerabilidade. Com os critérios atuais, não conseguimos fazer gestão com base na realidade local”, afirmou a prefeita.

Flávia destacou que alguns índices não refletem as demandas reais do município.

“O critério de infraestrutura não considera as necessidades urbanas. Também há distorções na educação, pois são levados em conta apenas os cinco primeiros anos do ensino fundamental, sem incluir creches nem alunos da rede estadual. Isso cria uma injustiça dentro da lei”, pontuou a prefeita, ao acrescentar que a situação impacta diretamente a oferta de serviços à população.

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Sefaz propõe ajuste na lei para reduzir desigualdades

Sem falar com jornalistas, o representante da Sefaz-MT, Eliezer Pereira, chefe da Unidade de Pesquisa Econômica e Análise da Receita, apresentou em plenário uma proposta de ajuste na LC 746/2022 para incluir novos critérios de ponderação e aliviar as perdas dos grandes municípios, especialmente Cuiabá.

Segundo ele, a proposta é “ponderar os coeficientes de repasse considerando indicadores como população, educação, saúde, força de arrecadação e agricultura familiar”. Para isso, detalhou que será necessário adequar a legislação estadual e detalhar a metodologia de cálculo em decreto.

Eliezer explicou que o novo modelo busca corrigir os efeitos da criação do coeficiente de infraestrutura, aprovado pela ALMT para equilibrar a distribuição do ICMS Ecológico após decisão judicial.

“A transição foi aprovada para ocorrer em quatro anos, iniciando em 2023 com base nos resultados de 2022, e o impacto financeiro já é percebido em 2024”, disse.

O economista Vivaldo Lopes apresentou um estudo técnico mostrando o impacto financeiro da lei sobre Cuiabá.

“Em 2023, a capital participava com 12% do ICMS distribuído aos municípios. Em 2026, esse índice cairá para 7%, o que representa uma perda anual de aproximadamente R$ 145 milhões”, alertou.

Ele destacou que, embora Cuiabá contribua com cerca de 30% de toda a arrecadação do ICMS estadual, o município recebe apenas R$ 550 milhões do montante repassado aos municípios.

“Se o critério populacional voltasse a ser considerado, Cuiabá poderia receber R$ 1,1 bilhão, praticamente o dobro do valor atual”, explicou Lopes.

Para Vivaldo, a discussão é uma questão de justiça distributiva.

“Enquanto o ICMS reduz para Cuiabá, a demanda por serviços de saúde e educação só aumenta. É preciso redistribuir melhor os recursos”, defendeu.

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Representando o presidente do TCE-MT, conselheiro Sérgio Ricardo, o economista Maurício Munhoz ressaltou que a exclusão do critério populacional prejudicou as cidades mais populosas.

“Ao tirar a população do cálculo, os grandes municípios perdem, e quem sofre as consequências é o cidadão, porque menos recursos significam menos políticas públicas”, avaliou.

Fonte: ALMT – MT

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Wilson Santos sustenta voto favorável ao reajuste salarial de servidores do Judiciário de MT

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Com pedido de vista ao Projeto de Lei nº 1.398/2025, de autoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), durante reunião extraordinária da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (5), o deputado estadual Wilson Santos (PSD) reafirmou que manterá o seu voto favorável à proposta. O projeto dispõe sobre a alteração dos valores das tabelas salariais dos servidores públicos do Poder Judiciário do estado.

Para o parlamentar, a matéria é legítima, justa e responsável, além de estar dentro dos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), sendo que o texto prevê reajuste salarial de 6,8% aos servidores efetivos, a título de recomposição parcial das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos períodos. “Lembrando que fui o primeiro deputado a fazer um apelo ao presidente Max Russi (PSB) para que cumpríssemos o acordo firmado com as lideranças sindicais em seu gabinete. Quero registrar, em alto e bom som, a manutenção do voto favorável a este projeto”, destacou.

Apesar do governo estadual ter apontado um possível impacto de R$ 1,6 bilhão aos cofres públicos com o aumento salarial do Judiciário, sobretudo por poder gerar reflexos nas carreiras dos servidores do Executivo e do Legislativo, o presidente do TJMT, desembargador José Zuquim Nogueira, defende que o projeto possui respaldo jurídico e institucional e que não há intenção de recuo. O magistrado também salienta a importância de respeitar a autonomia do Poder Judiciário, lembrando que a proposta foi aprovada por unanimidade pelo colegiado e chancelada pelo Corregedor Nacional de Justiça, devendo beneficiar cerca de 3.500 servidores efetivos, com impacto estimado em R$ 42 milhões neste ano.

O desembargador Orlando Perri compartilha do mesmo entendimento, ressaltando que o reajuste já está previsto dentro do orçamento do próprio Judiciário, sem interferência no duodécimo destinado ao Poder Executivo.

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A proposta deverá ser apreciada e votada na CCJR, no dia 11 de novembro, quando serão apresentadas informações mais detalhadas sobre os possíveis impactos financeiros do reajuste. Caso seja aprovada, seguirá para segunda votação em plenário, junto aos deputados estaduais da Assembleia Legislativa.

Fonte: ALMT – MT

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