O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira recebeu nesta segunda-feira (29 de julho) visita de cortesia do presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Eduardo Botelho,para tratar de assuntos institucionais. Participaram do encontro o subprocurador-geral de Justiça Jurídico e Institucional, Deosdete Cruz Júnior, o secretário-geral do Ministério Público, Milton Mattos da Silveira Neto, o 1º secretário da ALMT, deputado estadual Max Russi e o procurador-geral da Assembleia Gregory Maia.
“O presidente da Assembleia Legislativa gentilmente veio aqui hoje para a primeira visita institucional desde que tomei posse. Tratamos de vários assuntos, inclusive da reforma tributária aprovada recentemente, e elogiamos o trabalho dos deputados, que é tão importante neste momento. Abordamos também a questão dos grampos, diante da qual informamos que o Ministério Público preza pela transparência de suas medidas e que tudo será devidamente esclarecido”, afirmou o procurador-geral.
Conforme José Antônio Borges Pereira, as medidas estão sendo tomadas por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) Criminal, da Corregedoria e da Procuradoria-Geral de Justiça. “Vamos fazer uma auditoria externa no nosso Guardião, que é o sistema de interceptação telefônica com ordem judicial, e dar os devidos esclarecimentos se houve ou não qualquer tipo de envolvimento aqui dentro do Ministério Público relacionado a isso”, contou.
Eduardo Botelho disse estar satisfeito com o resultado da visita. “O procurador-geral mostrou todos os procedimentos que estão sendo adotados. Entendemos que está sendo conduzido perfeitamente, a contento de todos. Estamos acreditando plenamente no trabalho do procurador, do coordenador do Naco Criminal, e que eles têm essa isenção para tocar o processo e fazer o que melhor dará resultado para toda a sociedade”, ressaltou.
Esta é a segunda reunião entre membros do MPE e da Assembleia Legislativa para debater os grampos ilegais em uma semana. As ações anunciadas pelo MPE sobre como irá tratar o tema tem indicado que a Assembleia deve “sepultar” a possibilidade de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigaria suposta participação de promotores no caso.
PROMOTORES SOB SUSPEITA
Em seus reinterrogatórios realizados nos dias 16 de 17 de julho perante a 11ª Vara Criminal, os coroneis Zaqueu Barbosa e Evandro Lesco, além do cabo Gerson Correa Junior, insinuaram que membros do Ministério Público Estadual teriam cometidos irregularidades no Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado). Entre elas, está de que promotores teriam ordenado a realização da chamada “barriga de aluguel”.
Além disso, foi citada um suposto desvios de verbas secretas no Gaeco e ainda a possibilidade do ex-procurador geral de Justiça, Paulo Prado, de ter “cedido” a placa Wytron, que pertencia ao Gaeco, para a Polícia Militar. Com essa placa, o coronel Zaqueu Barbosa teria dado início às escutas ilegais no Estado.
Na última semana, o MPE informou que foram instauradas 9 investigações com base nas informações levadas pelos militares em seus depoimentos.